
Resumo do vídeo: MORBIDEZ na ERA VITORIANA
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Contexto Histórico da Era Vitoriana: A Era Vitoriana (1837-1901) foi marcada pelo reinado da Rainha Vitória, um período de significativa mudança social, política e econômica na Inglaterra. A revolução industrial trouxe inovações tecnológicas e um crescimento econômico sem precedentes, mas também intensificou as desigualdades sociais. As transformações nas estruturas de classe resultaram em novas dinâmicas de poder e na formação de ideais conservadores e liberais que moldaram a política da época.
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A Morte na Vida Cotidiana: A morte era uma constante na vida das pessoas durante a Era Vitoriana, refletindo a fragilidade da existência diante das duras condições de vida. A maioria das mortes ocorria em casa, com a família reunida para acompanhar os últimos momentos do moribundo. Esse fenômeno se deve, em parte, à falta de acesso a serviços de saúde adequados e à alta taxa de mortalidade, levando à normalização da morte no cotidiano.
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Desigualdade nas Expectativas de Vida: A média de vida era drasticamente diferente entre as classes sociais. Enquanto os pobres frequentemente não chegavam aos 30 anos devido às péssimas condições de trabalho, saúde e higiene, as pessoas ricas viviam, em média, até os 44 anos. Essa disparidade refletia as profundas desigualdades sociais e econômicas que caracterizavam a sociedade vitoriana.
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Fascínio pela Morte e Espiritualidade: O contato constante com a morte levou a um crescente fascínio por temas relacionados ao além-vida. O espiritismo emergiu como uma resposta a esse interesse, atraindo indivíduos de todas as classes sociais em busca de comunicação com os mortos. Essa prática refletia um desejo de entender e encontrar consolo nas incertezas que cercavam a morte.
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Práticas de Luto e Fotografias Pós-Morte: A fotografia pós-morte se tornou uma forma comum de lidar com a perda. As famílias vestiam e maquiavam os mortos para as fotografias, criando imagens que preservavam a memória de seus entes queridos como se estivessem vivos. Esse ritual não apenas refletia a forma como a morte era encarada, mas também evidenciava a importância da memória e da representação na cultura vitoriana.
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Névoa Londrina e Crimes Notórios: A famosa névoa de Londres, resultado da poluição industrial e das emissões de carvão, criou um ambiente sombrio e misterioso, propício para o crime. Jack, o Estripador, é um exemplo icônico de como a combinação de condições urbanas e sociais contribuiu para a proliferação de crimes violentos. O terror gerado por esses eventos também refletia o medo e a vulnerabilidade da sociedade diante da mortalidade e do desconhecido.
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Execuções Públicas como Entretenimento: As execuções públicas eram vistas como um espetáculo, atraindo grandes multidões. Esses eventos não apenas serviam como punições, mas também como uma forma de entretenimento e educação moral para a população. As excursões escolares para testemunhar execuções destacavam a desumanização e a brutalidade da justiça da época, promovendo uma cultura de violência e espetáculo.
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Impacto da Poluição na Moda: A intensa poluição do ar resultante da revolução industrial levou à adoção de vestimentas escuras, pois as roupas brancas se sujavam rapidamente. Essa mudança não apenas refletia as condições ambientais, mas também as normas sociais de luto que se estabeleceram em resposta ao luto eterno da Rainha Vitória.
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Crise Sanitária do Rio Tâmisa: O Rio Tâmisa, usado como esgoto e lixão, tornou-se um foco de doenças. A crise de odor em 1858 culminou na necessidade urgente de um sistema de esgoto, que simbolizava a luta da sociedade vitoriana para enfrentar os desafios da industrialização. Essa crise expôs as falhas na infraestrutura urbana e as consequências da negligência ambiental.
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Práticas Estranhas e Comercialização de Cadáveres: Além do enterro cerimonial de gatos mortos entre os ricos, havia uma prática sombria de roubo de cadáveres para abastecer faculdades de medicina. Essa demanda por corpos, frequentemente obtidos ilegalmente, levava à mercantilização da morte, revelando uma faceta perturbadora da busca por conhecimento e educação médica em um contexto de escassez de cadáveres legais. A exploração de cadáveres e a exibição de pessoas com deficiências em circos também destacavam a desumanização e a falta de ética em uma sociedade que tratava a morte e a dor como produtos de consumo.