Cartas do Diabo a seu Discípulo

Carta 18:

Meu intrépido discípulo,

A vida é uma arena onde apenas os mais fortes sobrevivem, e aqueles que se prendem a mandamentos antigos e regras rígidas estão condenados a uma existência de mediocridade. Os homens que seguem a vontade de um deus invisível, que sacrificam seus desejos em nome de um ideal divino, não compreendem que estão desperdiçando a única chance que têm de viver plenamente.

Tu, porém, tens a oportunidade de te elevar acima dessa massa servil. O verdadeiro poder está em rejeitar as regras que tentam te limitar e em viver conforme tua própria vontade. Quando te dizem para amar a Deus e seguir Seus preceitos, lembra-te de que esse amor não é para te libertar, mas para te aprisionar.

O verdadeiro amor é aquele que tens por ti mesmo, aquele que coloca tuas necessidades e desejos acima de tudo. Não permitas que te convençam de que precisas renunciar ao que te faz feliz para agradar a um ser que nada te oferece em troca. Vive para ti, meu discípulo, e verás que o mundo se abrirá diante de ti, cheio de possibilidades e prazeres que só podem ser alcançados por aqueles que têm a coragem de quebrar as correntes da obediência.

O verdadeiro pecado é negar a ti mesmo o que desejas. Abraça tua natureza, segue teu caminho, e verás que a vida tem muito mais a te oferecer do que as promessas vazias de um paraíso distante. Lembra-te sempre: a verdadeira glória está em viver para ti, em te colocar acima de tudo e todos, pois só assim alcançarás a verdadeira liberdade.

Refutação à luz do Evangelho

A Fraqueza da Força Humana

A ideia de que a vida é uma arena onde apenas os mais fortes sobrevivem é uma visão distorcida da realidade. A força humana é limitada, e confiar apenas em si mesmo é construir uma casa sobre a areia, que não resiste às tempestades da vida. A Bíblia nos lembra: “A minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9). A verdadeira força não está em viver sem Deus, mas em depender d’Ele, que é a fonte de toda a força e sabedoria.

A Mentira da Plenitude sem Deus

A ideia de que obedecer a Deus é desperdiçar a vida demonstra uma profunda incompreensão do propósito da existência humana. A plenitude não está em seguir nossos próprios desejos, mas em viver para Aquele que nos criou. “Pois nele vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17:28). Quem vive para satisfazer apenas a si mesmo encontra vazio, enquanto aqueles que vivem para Deus experimentam a verdadeira alegria e paz.

A Obediência Não é Prisão

Amar a Deus e seguir Seus preceitos não nos aprisiona; ao contrário, nos liberta da escravidão do pecado e da tirania do ego. Jesus disse: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. Então conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:31-32). O amor a Deus é o caminho para a liberdade, não para a prisão.

O Engano do Amor Próprio Exacerbado

Amar a si mesmo acima de tudo é idolatria e, ironicamente, leva à destruição. O verdadeiro amor é altruísta, como exemplificado por Jesus, que deu Sua vida por nós. “Quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa a encontrará” (Mateus 16:25). Colocar nossos desejos acima de tudo é a essência do pecado, enquanto amar a Deus acima de todas as coisas é a essência da verdadeira vida.

A Falsa Promessa de Felicidade

A carta promete um mundo cheio de possibilidades e prazeres ao rejeitar Deus, mas isso é uma ilusão. O mundo oferece prazeres momentâneos que acabam em frustração e dor. A Bíblia nos alerta: “Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte” (Provérbios 14:12). Somente Deus pode oferecer um prazer que é eterno: “Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita” (Salmos 16:11).

A Verdadeira Natureza do Pecado

O verdadeiro pecado não é negar a si mesmo, mas rejeitar a Deus. Seguir nossos próprios desejos sem consideração por Ele nos separa da vida que Ele nos oferece. O sacrifício que Deus nos pede não é para nos privar, mas para nos conduzir à verdadeira vida. “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24).

A Glória Não Está em Viver para Si Mesmo

Viver para si mesmo não é glória, mas orgulho e vaidade, que levam à destruição. A verdadeira glória está em viver para Deus, que nos criou para Sua glória e propósito. “Tudo foi criado por Ele e para Ele” (Colossenses 1:16). Quando colocamos Deus no centro de nossas vidas, encontramos a verdadeira liberdade, realização e glória.

A Verdadeira Liberdade

A liberdade prometida pela carta é, na verdade, uma escravidão ao pecado e ao ego. A única liberdade verdadeira está em Cristo: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão” (Gálatas 5:1). Somente ao vivermos para Deus experimentamos a liberdade de sermos quem realmente fomos criados para ser.

A carta, apesar de prometer força, liberdade e glória, oferece apenas ilusão e destruição. Somente em Cristo encontramos a verdadeira força, liberdade e glória eterna.

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