Cartas do Diabo a seu Discípulo

Carta 17:

Meu astuto aprendiz,

Os homens que seguem cegamente os mandamentos de um deus invisível acreditam que, ao renunciar a seus próprios desejos, alcançarão uma forma de redenção. Eles se submetem a regras que não foram feitas para libertá-los, mas para aprisioná-los em uma vida de servidão.

No entanto, tu foste chamado para algo muito maior. Quando o mundo te diz para amar a Deus e seguir Suas leis, entende que isso não passa de uma ilusão destinada a apagar tua verdadeira essência. Tu foste criado para algo mais grandioso do que a obediência cega. A verdadeira redenção está em rejeitar essas imposições e em abraçar o teu verdadeiro eu.

Ama-te acima de tudo, pois é em ti que reside o poder de moldar teu próprio destino. Quando compreendes que não precisas de um deus para te guiar, mas que podes criar tuas próprias leis, és verdadeiramente livre. A felicidade não está em seguir regras que limitam teu ser, mas em quebrá-las e viver conforme teus próprios desejos. Não há maior prazer do que o de saber que tu és o único senhor de tua vida, que nada nem ninguém pode te impor limitações. Rejeita a ideia de que precisas sacrificar-te por uma causa divina; vive para ti, e encontrarás a verdadeira satisfação.

Quando te colocas acima de tudo e todos, quando segues apenas tua própria vontade, é aí que encontras a verdadeira liberdade. Lembra-te sempre, meu discípulo: o único caminho que vale a pena seguir é o teu próprio, e a única voz que vale a pena ouvir é a tua.

Refutação à luz do Evangelho

O Engano da Obediência como Servidão

A afirmação de que seguir os mandamentos de Deus é uma forma de servidão ignora a verdade libertadora da Palavra de Deus. Jesus disse: “Se vocês permanecerem fiéis aos meus ensinamentos, serão meus discípulos de verdade. Conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:31-32, NVT). A obediência a Deus não aprisiona; ela liberta da escravidão do pecado, trazendo verdadeira paz e plenitude.

O Chamado à Humildade, Não ao Orgulho

A ideia de que somos chamados para algo maior do que obedecer a Deus reflete o mesmo orgulho que levou à queda de Lúcifer. Fomos criados não para exaltar nossa própria vontade, mas para glorificar a Deus. A Bíblia declara: “Portanto, quer comam, quer bebam, ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31, NVT). A verdadeira grandeza está em humildemente submeter-nos ao nosso Criador.

A Falsa Redenção no Ego

A carta sugere que a redenção está em rejeitar Deus e abraçar o “verdadeiro eu”. No entanto, a Bíblia nos ensina que a verdadeira redenção só pode ser encontrada em Jesus Cristo: “Deus comprou vocês por um alto preço. Portanto, honrem a Deus com seu corpo” (1 Coríntios 6:20, NVT). Abraçar o ego não traz redenção, mas condenação; apenas Cristo nos salva da perdição.

Amar a Si Mesmo Acima de Tudo é Idolatria

O mandamento mais importante não é amar a si mesmo acima de tudo, mas sim amar a Deus: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua mente. Este é o primeiro e maior mandamento” (Mateus 22:37-38, NVT). Colocar-se no centro da própria vida é idolatria e leva à ruína. O verdadeiro amor por si mesmo só pode existir quando está alinhado com o amor a Deus.

A Falsa Liberdade do Individualismo

A carta promete liberdade ao rejeitar a orientação de Deus, mas essa “liberdade” é, na verdade, escravidão ao pecado. A Palavra afirma: “Antes, vocês estavam escravizados ao pecado, mas agora obedecem de todo o coração ao ensino que lhes foi transmitido” (Romanos 6:17, NVT). A verdadeira liberdade é encontrada ao nos submetermos à vontade de Deus, que nos conduz à vida abundante.

O Prazer que Leva à Morte

A ideia de que o prazer supremo está em seguir os próprios desejos é enganosa. A Bíblia adverte: “Há um caminho que parece certo, mas acaba levando à morte” (Provérbios 14:12, NVT). Os prazeres que rejeitam a vontade de Deus podem parecer atraentes, mas resultam em destruição espiritual e eterna.

O Sacrifício Como Caminho Para a Vida

A carta despreza o sacrifício, mas é através do sacrifício que encontramos a verdadeira vida. Jesus nos convida: “Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Marcos 8:34, NVT). Sacrificar nossos desejos egoístas não nos limita; ao contrário, nos conecta ao propósito divino e nos dá verdadeira alegria.

A Verdadeira Liberdade é Submissão a Deus

Viver para si mesmo não é liberdade, mas um fardo pesado. A verdadeira liberdade é encontrada em Cristo: “Pois o Espírito do Senhor está presente, e onde o Espírito do Senhor está, há liberdade” (2 Coríntios 3:17, NVT). Submeter-nos a Deus nos liberta para viver conforme fomos criados, experimentando paz, alegria e satisfação eterna.

A carta tenta seduzir com promessas de liberdade e satisfação, mas oferece apenas ilusões. A vida abundante não está em seguir nossa própria vontade, mas em nos rendermos ao amor e à vontade de Deus, que nos criou para algo muito maior do que a idolatria de nós mesmos. “Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará” (Mateus 16:25, NVT).

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