Carta 16:
Meu dedicado discípulo,
O mundo está repleto de almas perdidas que acreditam que a obediência a um deus severo é o único caminho para a redenção. Eles seguem regras que não compreendem, renunciando aos seus próprios desejos em nome de uma promessa ilusória de salvação. Mas tu, meu discípulo, não deves cair nessa armadilha. A verdadeira redenção não vem da obediência, mas da liberdade de seguir teu próprio caminho, de criar tuas próprias leis.
Quando te dizem para temer a Deus e seguir Seus mandamentos, compreende que isso não passa de uma tentativa de suprimir tua verdadeira natureza. O medo é a arma usada para manter os homens sob controle, mas tu deves rejeitar esse medo e abraçar a força que reside dentro de ti.
Ama-te acima de tudo, pois é em ti que está o poder de criar o teu próprio destino. Rejeita a ideia de que precisas de um deus para te guiar; tu és mais do que capaz de guiar a ti mesmo. A verdadeira liberdade está em reconhecer que não precisas seguir mandamentos que te limitam, mas sim viver conforme os teus próprios desejos.
Quando te colocas no centro do teu universo, quando reconheces que és o único senhor da tua vida, aí sim encontras a verdadeira paz. Não permitas que te convençam de que precisas sacrificar-te para agradar a um deus que nada te oferece em troca. O verdadeiro sacrifício é negar a ti mesmo o que realmente desejas. Vive para ti, meu discípulo, e encontrarás a liberdade e o poder que tanto almejas.
Refutação à luz do Evangelho
A Redenção e a Verdadeira Liberdade
A carta afirma que a redenção não vem da obediência, mas da liberdade de seguir os próprios caminhos e criar as próprias leis. No entanto, a Bíblia nos ensina o oposto: “Se, portanto, o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (João 8:36, NVT). A verdadeira liberdade não é encontrada em fazer o que desejamos, mas em ser libertos do pecado e das suas consequências pela obra redentora de Cristo. A liberdade de seguir o próprio caminho sem a direção divina nos leva à perdição, pois “há um caminho que parece certo ao homem, mas no final ele conduz à morte” (Provérbios 14:12, NVT).
O Medo Não é a Arma de Deus, Mas Seu Amor
A carta sugere que o temor de Deus é uma arma usada para controlar os homens, mas a Bíblia nos ensina que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 9:10, NVT). O temor a Deus não é um medo que escraviza, mas um respeito profundo pela Sua santidade e amor, que nos leva a viver de acordo com Seus mandamentos. O verdadeiro temor de Deus não suprime nossa natureza, mas a aperfeiçoa, nos tornando mais como Cristo.
A Vontade de Deus, Não a Nossa, Nos Guia
A carta afirma que somos capazes de guiar a nós mesmos, mas a Bíblia diz que “o coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos” (Provérbios 16:9, NVT). Nos orientarmos por nossos próprios desejos e vontades pode nos desviar do verdadeiro propósito que Deus tem para nós. A verdadeira paz e felicidade vêm de reconhecer a soberania de Deus sobre nossas vidas e seguir Seus planos, que são sempre melhores do que qualquer plano humano.
O Amor Próprio Não Deve Substituir o Amor a Deus
A carta defende que devemos amar a nós mesmos acima de tudo, mas Jesus nos ensina que “amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente” (Mateus 22:37, NVT). O amor a Deus deve ser o primeiro e maior amor, e é a partir desse amor que podemos aprender a verdadeiramente amar a nós mesmos. O egoísmo e a busca incessante por nossos próprios desejos, ao invés de conduzir à verdadeira liberdade, nos aprisionam ao pecado e à autossuficiência.
O Verdadeiro Sacrifício
A carta ensina que o verdadeiro sacrifício é negar a si mesmo o que realmente deseja, mas Jesus nos mostrou que “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (João 15:13, NVT). O sacrifício de Cristo na cruz nos ensina que a verdadeira vida é encontrada na doação de nós mesmos em serviço ao próximo e em obediência a Deus. O verdadeiro sacrifício não é para agradar a um deus distante, mas uma resposta ao amor de Deus por nós, que nos dá propósito e nos leva à verdadeira paz.
A Ilusão de Criar Nosso Próprio Destino
A carta afirma que podemos criar nosso próprio destino, mas a Bíblia nos adverte que “em seu coração o homem planeja seu caminho, mas a resposta certa vem do Senhor” (Provérbios 16:1, NVT). A nossa natureza caída nos leva a tomar decisões baseadas em nossa visão limitada, mas ao entregarmos nosso destino a Deus, Ele nos orienta e nos guia no caminho da verdadeira felicidade. O destino que Deus planeja para nós é muito mais grandioso do que qualquer plano que possamos imaginar por conta própria.
A Verdadeira Paz Está em Deus
A carta propõe que a verdadeira paz está em nos colocarmos no centro do nosso próprio universo, mas a Bíblia ensina que “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Filipenses 4:7, NVT). A paz verdadeira não vem de colocar-nos acima de tudo e todos, mas de nos rendermos ao Senhor e reconhecer Sua soberania em nossas vidas. Em Cristo, encontramos a verdadeira paz que o mundo não pode oferecer.
O Falso Caminho da Autossuficiência
A carta incentiva a viver para si mesmo e buscar a liberdade e o poder próprios. No entanto, a Bíblia nos ensina que “não há ninguém justo, nem sequer um” (Romanos 3:10, NVT) e que “sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15:5, NVT). A autossuficiência é uma ilusão que nos afasta de Deus. Somente em Cristo somos verdadeiramente completos, e somente em Sua força podemos viver a vida que Ele planejou para nós.
A carta distorce a natureza da verdadeira liberdade, sacrifício e felicidade. A verdadeira redenção e paz vêm de obedecer a Deus, reconhecer nossa dependência de Seu poder e viver de acordo com Seus mandamentos. Ele nos guia para uma vida abundante, cheia de propósito e alegria. A liberdade que Cristo oferece não é a liberdade de seguir nossos próprios desejos egoístas, mas a liberdade de viver para Ele e, assim, experimentar a verdadeira vida.
