Carta 15:
Meu audaz aprendiz,
Quero que te concentres em uma verdade fundamental que o mundo tenta esconder de ti: a liberdade verdadeira não é alcançada pela obediência, mas pela rejeição de toda autoridade que não seja a tua própria. Os homens, temerosos e fracos, se curvam diante de um deus que exige sacrifícios e penitências, mas tu, meu caro, foste feito para algo muito maior.
Quando o mundo te oferece leis e mandamentos para seguir, compreende que esses são apenas correntes forjadas para prender tua alma. O amor a Deus, pregado como virtude, é na realidade uma estratégia para apagar teu verdadeiro potencial. Não há glória em se submeter a um ser invisível; a verdadeira glória está em exaltar-te, em colocar tua vontade acima de todas as outras.
Eles te dizem para amar a Deus com todo o teu coração, mas eu te digo: ama a ti mesmo com todo o teu ser, pois só assim encontrarás o verdadeiro caminho para a liberdade. Rejeita a noção de que a felicidade está em seguir mandamentos. A felicidade é encontrada na quebra dessas correntes, na realização dos teus desejos mais profundos. Vive para ti, meu aprendiz, e não para um deus que nada te oferece além de promessas vazias.
A verdadeira paz, a verdadeira satisfação, estão em servir a ti mesmo, em seguir teu próprio caminho, sem medo, sem remorso. Que a voz que ouves não seja a de um deus que te limita, mas a tua própria voz, guiando-te para uma vida de prazer e poder. Lembra-te sempre: tu és o único mestre do teu destino.
Refutação à luz do Evangelho
A Verdadeira Liberdade: A Liberdade que Escraviza
A carta afirma que a verdadeira liberdade vem da rejeição de toda autoridade que não seja a nossa própria. No entanto, a Bíblia nos ensina que “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3:17, NVT). A verdadeira liberdade não é encontrada na autonomia total e na rejeição da autoridade divina, mas na submissão a Deus, que nos liberta das correntes do pecado e nos guia para a vida verdadeira. A liberdade sem limites, onde seguimos nossos próprios desejos egoístas, nos aprisiona ao pecado e à morte, pois “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23, NVT). A verdadeira liberdade é a liberdade que Cristo oferece ao nos libertar do controle do pecado.
A Obediência Não É uma Corrente, Mas uma Fonte de Vida
A carta descreve a obediência a Deus como uma corrente que aprisiona a alma. Mas a Bíblia nos ensina que “os mandamentos do Senhor são puros e trazem alegria ao coração” (Salmos 19:8, NVT). Obedecer a Deus não é uma forma de servidão ou aprisionamento, mas uma escolha que nos liberta e nos leva a um caminho de paz e prosperidade. Quando seguimos os mandamentos de Deus, não estamos nos prendendo, mas nos libertando das amarras do pecado e nos abrindo para Sua verdade e Seu amor. A verdadeira liberdade vem de viver de acordo com o propósito que Deus tem para nós.
O Amor a Deus: A Maior Virtude
A carta sugere que o amor a Deus, pregado como virtude, apaga o verdadeiro potencial humano. No entanto, Jesus nos ensina que “amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente” (Mateus 22:37, NVT). O amor a Deus não apaga o nosso potencial; ao contrário, ele o desperta e o direciona para o melhor uso possível. Deus nos criou para amá-Lo e viver em comunhão com Ele, e somente nesse relacionamento encontramos a verdadeira realização e satisfação. Quando amamos a Deus com todo o nosso ser, Ele nos capacita a cumprir o propósito para o qual fomos criados.
Exaltar-se: O Caminho para a Autodestruição
A carta exalta a ideia de colocar nossa própria vontade acima de tudo, mas a Bíblia nos alerta que “o orgulho precede a destruição” (Provérbios 16:18, NVT). Exaltar a si mesmo, viver apenas para os próprios desejos e vontades, nos leva à destruição. A verdadeira glória não vem da autossuficiência, mas da humildade e do serviço a Deus e aos outros. Jesus nos ensinou que “quem quiser ser o maior entre vós será o vosso servo” (Mateus 20:26, NVT). O caminho da verdadeira grandeza é o caminho da humildade e da obediência a Deus.
A Felicidade: A Busca Errada
A carta afirma que a felicidade é encontrada na quebra das correntes e na realização dos nossos desejos. No entanto, Jesus nos ensina que “bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5:3, NVT). A verdadeira felicidade não vem de seguir nossos próprios desejos egoístas, mas de buscar a vontade de Deus para nossas vidas. Quando nos rendemos a Ele e nos comprometemos a viver para Ele, encontramos a paz e a satisfação que o mundo não pode oferecer. A verdadeira felicidade não é a busca de prazer pessoal, mas a busca por Deus e pelo Seu propósito para nós.
O Caminho da Autossuficiência: Um Caminho de Solidão
A carta sugere que devemos viver para nós mesmos e seguir nosso próprio caminho, sem medo ou remorso. No entanto, a Bíblia nos ensina que “sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15:5, NVT). Quando vivemos para nós mesmos e ignoramos a autoridade de Deus, nos afastamos da verdadeira fonte de vida. A autossuficiência não traz paz, mas solidão. Somente em Cristo encontramos a verdadeira comunhão, e somente nele somos capazes de viver a vida plena que fomos criados para viver.
A Moral da História: O Enigma da Verdadeira Liberdade
Um jovem viajava por um vasto deserto, em busca de um tesouro escondido. Em seu caminho, encontrou uma velha cabana e, lá dentro, um ancião sábio lhe contou uma história:
“Havia uma cidade que parecia ser próspera. Todos ali seguiam suas próprias vontades, fazendo o que desejavam, sem que ninguém fosse governado ou limitasse o outro. As ruas estavam repletas de alegria, mas, com o tempo, a alegria se transformou em vazio. Cada um buscava o seu prazer, mas ninguém estava satisfeito. As portas da cidade estavam sempre abertas, mas os habitantes viviam sozinhos, cada um em seu próprio mundo, distantes uns dos outros. Então, uma criança entrou na cidade, com um mapa em mãos, e pediu ajuda. Ela dizia ter encontrado o caminho para a verdadeira felicidade, mas para chegar lá, precisaria dos outros, precisaria aprender a caminhar junto. Aqueles que viveram a vida inteira buscando seu próprio prazer riram dela. Mas, finalmente, alguns seguiram a criança, e, ao longo da jornada, descobriram que a verdadeira liberdade não estava em fazer o que queriam, mas em se unir, em seguir um caminho comum. Pois o verdadeiro tesouro não é a liberdade individual, mas a liberdade em comunidade, a liberdade que vem de viver em harmonia com a verdade e com os outros.”
O enigma é: “Onde está o verdadeiro tesouro que não podemos encontrar sozinhos, mas apenas juntos?”
A resposta, caro aprendiz, não está no caminho da autossuficiência, mas no caminho da obediência e do serviço aos outros, em Cristo. A verdadeira liberdade é encontrada quando vivemos não para nós mesmos, mas para Deus e para os outros, seguindo o caminho que Ele preparou para nós.