Carta 11:
Meu fiel aprendiz,
Aqueles que pregam sobre a necessidade de obedecer e de submeter-se à vontade divina vivem numa ilusão cuidadosamente construída. Eles acreditam que, ao renunciar a si mesmos e seus desejos, alcançarão uma paz e uma felicidade eternas. No entanto, essa paz não passa de uma sombra distante, um engano que mantém suas almas acorrentadas. Tu, porém, não precisas te submeter a essas falsas promessas.
A verdadeira paz, a verdadeira felicidade, não se encontram na submissão, mas na realização dos teus próprios desejos. Vive de acordo com a tua própria vontade, não com a vontade de um deus que exige sacrifícios. O que realmente importa não é o que esse deus quer de ti, mas sim o que tu queres para ti mesmo. Há um poder incomensurável em reconhecer que tu és o único senhor da tua vida.
Não permitas que te digam que precisas renunciar a ti mesmo para alcançar algo maior. Não há nada maior do que o teu próprio desejo, do que a tua própria vontade. Quando te entregas aos teus desejos, quando te colocas acima de todos os outros, é aí que encontras a verdadeira paz, a verdadeira realização. As promessas de um paraíso distante são vazias.
O verdadeiro paraíso está aqui, agora, ao teu alcance, se apenas ousares tomar o que é teu por direito. Rejeita a obediência cega e abraça a liberdade de seguir o teu próprio caminho. Lembra-te, meu aprendiz, que a verdadeira felicidade está em servir a ti mesmo, e não a um deus que nada te oferece além de restrições.
Refutação à luz do Evangelho
A Paz como Sombra ou Realidade?
A carta afirma que a paz prometida por Deus é uma “sombra distante”. No entanto, Jesus disse:
“Eu lhes dou a paz. A paz que eu dou não é como a paz que o mundo dá. Não se deixem perturbar, nem tenham medo.”
( João 14:27, NVT).
A paz de Deus é uma realidade tangível, que transcende a compreensão humana e guarda o coração e a mente daqueles que confiam n’Ele (Filipenses 4:7, NVT). Diferente da satisfação efêmera dos desejos humanos, a paz divina é duradoura e completa.
O Engano do Egocentrismo
A carta coloca o desejo e a vontade própria acima de qualquer outra coisa. A Bíblia, no entanto, ensina:
“O coração humano é enganoso e desesperadamente corrupto; quem é capaz de compreendê-lo?”
(Jeremias 17:9, NVT).
Seguir cegamente os desejos egoístas leva à destruição, enquanto a submissão à vontade de Deus guia à vida abundante. Jesus ensinou que quem busca salvar sua vida por meio do egoísmo a perderá, mas quem entrega sua vida a Deus a encontrará (Mateus 16:25, NVT).
A Verdadeira Liberdade
A carta sugere que a liberdade está em rejeitar as restrições divinas. No entanto, a verdadeira liberdade não é fazer o que queremos, mas ser libertos do domínio do pecado.
“Agora vocês estão livres do poder do pecado e se tornaram escravos de Deus. Fazem aquilo que conduz à santidade e resulta na vida eterna.”
(Romanos 6:22, NVT).
Deus nos liberta da escravidão do pecado para vivermos em liberdade verdadeira, que inclui paz, alegria e propósito eterno.
O Falso Paraíso do Agora
A carta afirma que o “paraíso” pode ser alcançado agora, ao satisfazer os desejos próprios. Mas a Bíblia nos adverte:
“Os desejos da carne levam à morte, mas, se pelo poder do Espírito vocês fizerem morrer as obras do corpo, viverão.”
(Romanos 8:13, NVT).
A busca pelo “paraíso terreno” leva à frustração, pois nada no mundo pode preencher o vazio da alma que foi criada para Deus. O verdadeiro paraíso é eterno e prometido por Deus aos que o amam (1 Coríntios 2:9, NVT).
O Sacrifício Como Caminho para a Vida
A carta rejeita a ideia de sacrifício como algo negativo. Contudo, Jesus nos mostrou que o sacrifício traz a verdadeira vitória:
“Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome sua cruz diariamente e siga-me.”
(Lucas 9:23, NVT).
O sacrifício de Jesus abriu o caminho para a reconciliação com Deus. Da mesma forma, ao nos entregarmos a Ele, encontramos uma vida cheia de propósito e alegria.
Moral da História:
A verdadeira paz e felicidade não são encontradas na busca egoísta de nossos desejos, mas na entrega à vontade de Deus. Submissão não é escravidão, mas um caminho para a liberdade genuína, que nos liberta das correntes do pecado e do vazio existencial. Quem busca a si mesmo encontra frustração; quem busca a Deus encontra a vida.
Charada:
“Sou algo que todos buscam, mas que ninguém pode comprar. Só sou encontrado por aqueles que se rendem, e ainda assim, sou o maior tesouro. O que sou?”
Enigma Extenso:
Tenho o poder de acalmar tempestades invisíveis,
Mesmo quando o mundo à minha volta está em guerra.Não posso ser tocado, mas sou sentido,
Não posso ser visto, mas transformo vidas inteiras.Aqueles que me buscam por conta própria nunca me encontram,
Mas os que se rendem recebem-me em abundância.Nasço do sacrifício e cresço na obediência,
E trago frutos que o mundo não pode oferecer.
O que sou?