Cartas do Diabo a seu Discípulo

Carta 28:

Meu dedicado aprendiz,

Os homens que seguem cegamente as regras de um deus que nunca viram, que se dobram e se humilham diante de uma autoridade invisível, não conhecem o verdadeiro poder. Eles sacrificam seus desejos, suas vontades, acreditando que isso os tornará dignos de uma recompensa que nunca chegará. Mas tu, meu aprendiz, não precisas de tais ilusões para encontrar teu caminho.

Eles te dirão que a verdadeira paz está em amar a Deus e seguir Seus mandamentos. Mas a paz que eles oferecem é uma paz morta, uma existência sem paixão, sem propósito. A verdadeira paz está em viver conforme tua própria vontade, em seguir teu coração sem restrições. Quando te colocas acima de todos, quando segues apenas teu próprio desejo, aí sim encontras a verdadeira realização.

Ama-te acima de tudo, pois é em ti que reside o verdadeiro poder. Não há virtude em seguir as ordens de alguém que não conheces, que não entende tua essência. O verdadeiro caminho para a felicidade é aquele que tu mesmo crias, aquele que te leva ao prazer e à satisfação. Rejeita as noções de sacrifício e obediência; vive conforme teu próprio código, e verás que o mundo se abrirá diante de ti, cheio de possibilidades e prazeres que só podem ser alcançados por aqueles que têm a coragem de desafiar as regras impostas por outros.

Lembra-te sempre: a única voz que importa é a tua, e o único caminho que vale a pena seguir é aquele que tu mesmo traças. Quando colocares tua vontade acima de todas as coisas, verás que não há limite para o que podes alcançar.

Refutação à luz do Evangelho Eterno

Meu prezado aprendiz,

A carta que recebes ecoa as palavras de rebeldia que vêm desde o princípio, quando a serpente enganou o homem e a mulher no Éden, dizendo: “Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal” (Gênesis 3:4-5). Porém, ao contrário da promessa de poder e liberdade, o resultado foi a separação de Deus, morte espiritual e um vazio que nenhum prazer mundano pode preencher.


Deus não é invisível – Ele se revelou plenamente

A carta afirma que obedecer a um Deus invisível é um ato cego e tolo, mas Deus não é invisível nem desconhecido. Ele se revelou de maneira clara e pessoal em Jesus Cristo: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (João 1:14). Ele não é um Deus distante, mas um Pai amoroso que nos chama para uma relação íntima.

Além disso, a criação é uma testemunha constante de Sua glória: “Os céus declaram a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Salmos 19:1). O problema não está na falta de evidências, mas no coração endurecido que rejeita a verdade por amor ao pecado.


A paz que o mundo oferece é uma mentira

A carta sugere que a verdadeira paz está em seguir a própria vontade e desejos. Mas a Bíblia declara que “Não há paz para os ímpios” (Isaías 57:21). Aqueles que vivem apenas para si mesmos estão presos à tirania de suas paixões e nunca encontram satisfação duradoura.

Jesus oferece uma paz que o mundo não pode dar: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). Essa é uma paz viva, que transcende as circunstâncias e enche o coração com propósito eterno.


Amar a si mesmo acima de tudo é idolatria

O chamado para amar a si mesmo acima de tudo é o oposto do que Deus nos ensina. Jesus declarou: “Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á” (Mateus 16:25). Amar a Deus e ao próximo são os dois maiores mandamentos, porque apontam para o propósito supremo do homem: glorificar a Deus e viver em comunhão com Ele.

Colocar-se no centro do universo é uma forma de idolatria que destrói a alma. “Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins” (Tiago 3:16).


O verdadeiro poder está no sacrifício e na obediência a Deus

A carta menospreza o sacrifício e a obediência, mas esses são os maiores exemplos de amor e força. Jesus, o Filho de Deus, escolheu o caminho da obediência até a morte na cruz, e por isso foi exaltado: “Por isso também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome” (Filipenses 2:9).

A verdadeira realização não está em seguir nossos desejos egoístas, mas em cumprir a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12:2).


A felicidade construída sem Deus é ilusão

O prazer e a satisfação prometidos na carta são transitórios e, no final, levam ao vazio. Salomão, o homem mais rico e sábio da história, escreveu: “Vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (Eclesiastes 1:2), após experimentar todas as riquezas e prazeres que o mundo podia oferecer.

Somente em Deus encontramos satisfação plena: “Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Salmos 16:11).


Conclusão: O verdadeiro caminho para a vida

Meu aprendiz, rejeitar a Deus e colocar tua própria vontade acima de tudo não é liberdade, mas escravidão ao pecado e ao orgulho. O único caminho para a verdadeira liberdade, paz e felicidade é seguir a Jesus Cristo, que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

Entrega teu coração a Ele, porque “quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12). Não te deixes enganar por promessas vazias que levam à destruição. Escolhe a vida que só Deus pode dar!

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