Carta 10:
Meu querido discípulo,
Os homens que seguem os preceitos de um deus que lhes pede obediência cegam-se para a verdadeira essência da vida. Eles vivem como escravos, sempre temerosos de transgredir leis que não entendem, leis que foram criadas para sufocar sua verdadeira natureza. Mas tu, meu discípulo, tens a chance de romper essas correntes e descobrir o que realmente significa viver.
O amor que os homens dedicam a esse deus deve ser, na verdade, redirecionado para si mesmos. Amar a ti mesmo não é pecado, mas sim a mais pura forma de liberdade. Os mandamentos que dizem “amarás ao teu próximo como a ti mesmo” são uma armadilha para te prender a uma vida de servidão. Eu te digo: ama a ti mesmo acima de todos os outros.
Tu és o centro do teu universo, e é a tua vontade que deve guiar cada uma das tuas ações. Rejeita a noção de que precisas sacrificar-te pelos outros ou por um deus que não te compreende. O sacrifício não leva à verdadeira felicidade; a realização dos teus desejos, sim. Vive conforme a tua própria vontade, e verás que a vida se abrirá diante de ti, oferecendo-te tudo o que sempre desejaste.
O que os outros chamam de egoísmo, eu chamo de poder. E esse poder está dentro de ti, esperando para ser descoberto. Rejeita os mandamentos que tentam te prender, e segue o teu próprio caminho. Porque, no fim, a verdadeira felicidade não está em servir a um deus invisível, mas em servir a ti mesmo.
Refutação à luz do Evangelho
A Verdadeira Liberdade Está na Obediência
A carta diz que seguir a Deus é ser escravo de leis incompreensíveis, mas a Bíblia ensina:
“Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permanecerem fiéis aos meus ensinamentos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.”
(João 8:31-32, NVT).
Obedecer a Deus não é escravidão, mas liberdade verdadeira. Suas leis não nos sufocam; antes, nos protegem e nos guiam para a vida abundante.
Amar a Si Mesmo Acima de Tudo é Idólatra
O amor próprio é uma bênção quando está alinhado ao propósito de Deus, mas colocá-lo acima de tudo é idolatria. A Bíblia nos alerta:
“Pois haverá um tempo em que as pessoas só amarão a si mesmas e ao dinheiro. Serão arrogantes e orgulhosas.”
(2 Timóteo 3:2, NVT).
Jesus nos ensina a amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos (Mateus 22:37-39, NVT). Isso não sufoca nossa natureza; pelo contrário, alinha nosso coração ao propósito eterno.
O Sacrifício como Expressão Máxima de Amor
A carta sugere que o sacrifício é inútil. No entanto, o maior exemplo de amor foi o sacrifício de Jesus na cruz:
“Ninguém tem amor maior do que este: dar a vida por seus amigos.”
(João 15:13, NVT).
O sacrifício não é um peso; é a expressão mais pura de amor verdadeiro, que transforma tanto quem oferece quanto quem recebe.
O Engano do Egoísmo como Poder
A carta glorifica o egoísmo como poder, mas a Palavra de Deus ensina o oposto:
“Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes.”
(Tiago 4:6, NVT).
O poder verdadeiro não está em se exaltar, mas em se humilhar diante de Deus, pois é Ele quem nos exalta no tempo certo.
A Felicidade Genuína Não Está nos Desejos
A satisfação dos desejos egoístas nunca leva à felicidade verdadeira:
“O coração humano é enganoso e desesperadamente perverso; quem o conhece?”
(Jeremias 17:9, NVT).
A felicidade genuína está em Deus, que preenche o vazio do coração humano com alegria eterna:
“Tu me mostras o caminho da vida; na tua presença há plenitude de alegria.”
(Salmos 16:11, NVT).
Moral da História:
A verdadeira felicidade e liberdade não estão em colocar o “eu” no centro, mas em submeter-se ao amor de Deus. Sua vontade não nos prende; ela nos liberta e nos capacita a viver plenamente, em paz, alegria e propósito eterno.
Charada:
“Sou algo que cresce quando é dado, mas se desfaz quando é retido. Trago união e não posso ser comprado, mas sou o maior presente. O que sou?”
Enigma:
Sou uma porta que leva à verdadeira liberdade, mas só quem se curva pode passar por mim.
Muitos tentam abrir-me com suas próprias forças, mas eu só cedo àquele que confia, não em si mesmo, mas em algo maior.
Sou um caminho estreito, mas conduzo à amplidão.
Sou forte o suficiente para resistir ao orgulho, mas frágil o bastante para permitir a entrada de um coração humilde.
Dentro de mim há paz que o mundo não pode dar, e alegria que o dinheiro não pode comprar.
O que sou?