Carta 25:
Meu devoto aprendiz,
Eles insistem em dizer que a verdadeira liberdade está em seguir os mandamentos de um deus que supostamente sabe o que é melhor para ti. Mas que liberdade é essa, que te obriga a curvar-te diante de um tirano invisível? A verdadeira liberdade está em rejeitar completamente essa ideia de submissão e viver conforme tua própria vontade, sem prestar contas a ninguém além de ti mesmo.
Amar a Deus com todo o teu coração, mente e alma, como te dizem, é uma armadilha que foi habilmente tecida para te manter acorrentado. Eles querem que acredites que renunciar a ti mesmo é o caminho para a paz, mas eu te digo que a verdadeira paz só é encontrada quando segues teus próprios desejos. Teus desejos são a bússola que te levará ao poder e à satisfação plena. Qualquer coisa que te diga para negá-los é uma tentativa de controlar-te e roubar tua verdadeira essência.
Eles falam de sacrifício como se fosse a maior das virtudes, mas o verdadeiro valor está em viver sem restrições, sem medo, sem culpa. Tu não precisas de um código moral imposto de fora; tu já tens dentro de ti tudo o que precisas para guiar tua vida. Teu prazer, teu poder, tua vontade – esses são os verdadeiros pilares da existência.
Lembra-te sempre: o único caminho para a verdadeira realização é aquele que traças com tuas próprias mãos. Rejeita a ideia de que precisas sacrificar alguma coisa. Tua vida deve ser vivida sem limites, sem barreiras, e, acima de tudo, sem obediência a ninguém além de ti mesmo. Ama-te, glorifica-te, e verás que o mundo se dobrará diante de ti.
Refutação à luz do Evangelho
Meu querido amigo,
A carta que me enviaste está cheia de sedução e engano, e me preocupa profundamente o que ela tenta ensinar sobre liberdade e realização. Vamos refletir sobre suas palavras à luz da verdade imutável de Deus, pois somente n’Ele podemos encontrar a verdadeira liberdade, paz e vida.
A verdadeira liberdade não é a rejeição de Deus, mas a submissão a Ele
A carta nos sugere que a verdadeira liberdade é viver sem prestar contas a ninguém, mas essa é uma falsa liberdade, que se revela, na prática, como escravidão ao ego. A Escritura nos ensina que “onde o Espírito do Senhor está, aí há liberdade” (2 Coríntios 3:17). A liberdade verdadeira não é fazer o que queremos, mas ser libertos do domínio do pecado e do egoísmo, e viver conforme o propósito de Deus. Jesus, que é a própria liberdade, disse: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36).
A liberdade de Deus não é a imposição de um tirano, mas a restauração do ser humano à sua plena dignidade como criatura amada e redimida por Deus. O plano de Deus para nós não é escravizar-nos, mas nos dar liberdade plena, liberta da escravidão do pecado.
Amar a Deus com todo o coração, mente e alma é a chave para a verdadeira paz
A carta afirma que amar a Deus é uma armadilha, mas, na realidade, é esse amor que nos liberta e nos traz paz. O próprio Jesus nos ensinou que, “amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus 22:37). Este amor a Deus é a fonte de toda a paz, pois ao amá-Lo, estamos nos entregando ao plano perfeito de Deus para nossas vidas. “A paz deixo convosco; a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo” (João 14:27).
A verdadeira paz não é encontrada na satisfação egoísta dos nossos próprios desejos, mas no descanso de confiar e amar a Deus, que conhece o que é melhor para nós e nos conduz em Seu amor.
Sacrifício não é perda, mas ganho para a vida verdadeira
A carta fala contra o sacrifício, mas o próprio Jesus disse que “quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por minha causa, achá-la-á” (Mateus 16:25). Sacrificar-se por Cristo não é uma perda, mas uma forma de nos libertarmos do pecado, da autossuficiência e do egoísmo. Quando seguimos a Cristo e negamos a nós mesmos, encontramos a verdadeira vida, que não é efêmera, mas eterna.
O sacrifício é, na verdade, uma escolha de entregar nossa vida para cumprir o propósito maior de Deus. O prazer egoísta e imediato, como é sugerido nesta carta, só leva à destruição, enquanto o sacrifício por amor a Deus nos conduz à vida abundante.
A verdadeira moralidade não vem de dentro, mas de Deus, que é o padrão perfeito de bondade
A carta nos diz que já temos dentro de nós tudo o que precisamos para guiar nossa vida, mas a Bíblia nos ensina que “o coração é enganoso e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9). O que está dentro de nós, sem Deus, é o egoísmo e a natureza pecaminosa que nos leva à destruição. A verdadeira moralidade, a verdadeira justiça, só pode ser encontrada em Deus, que é o padrão perfeito de bondade e justiça. Jesus nos instrui a seguir Seus mandamentos, que não são fardos pesados, mas caminhos de liberdade e vida. “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14:15).
O verdadeiro propósito da vida é glorificar a Deus e não a nós mesmos
A carta nos orienta a glorificar a nós mesmos, mas isso é uma distorção da verdadeira razão pela qual fomos criados. Fomos feitos para glorificar a Deus e para viver para Ele. “Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31). A realização verdadeira não está em buscar prazer ou poder para si mesmo, mas em viver para a glória de Deus e no serviço aos outros, como Cristo fez.
A felicidade e a paz que buscamos não estão em exaltar a nossa própria vontade, mas em submeter-nos à vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12:2).
Conclusão: A verdadeira liberdade e realização estão em Cristo
Amado, o que é oferecido por essa carta é uma liberdade ilusória, que nos aprisiona ao ego e nos afasta da vida verdadeira. O que Cristo oferece é liberdade verdadeira, paz duradoura e alegria eterna, e Ele nos convida a segui-Lo. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).
Não busque a realização na busca incessante por si mesmo, mas em Cristo, que te ama e te chama para viver para Ele. A verdadeira realização está em viver para a glória de Deus, em submeter nossa vida ao Seu propósito e em amar a Deus com todo o nosso ser. Ele é o nosso Criador, e somente n’Ele encontramos nossa verdadeira identidade e felicidade.
Que Deus te abençoe e te guie em Seu amor eterno.
