Carta 23:
Meu fiel aprendiz,
Eles te dirão que seguir a Deus é o único caminho para alcançar paz e plenitude, mas, na verdade, essa suposta paz não passa de uma prisão disfarçada. Aqueles que submetem suas vidas a um deus distante estão simplesmente desistindo do direito de viver conforme seus próprios termos. Tu, no entanto, foste feito para rejeitar essas amarras e te elevar acima dessa submissão. O verdadeiro poder está em seguir teu próprio caminho, em rejeitar o que te impõem e construir a tua própria realidade.
A mentira mais eficaz que eles propagam é a de que o amor a Deus é a única forma de encontrar propósito. Eles te dizem para amá-Lo com todo o teu coração, mente e força, mas eu te digo: ama-te a ti mesmo acima de tudo. Se colocares tua própria vontade no centro da tua vida, verás que não há limite para o que podes conquistar. O mundo te oferece tudo o que precisas para viver uma vida de prazer e poder, mas somente se rejeitares a submissão que eles tanto pregam.
Lembra-te: cada vez que renuncias a ti mesmo em nome de um mandamento divino, estás negando tua própria força. Vive em plena liberdade, guiado pelos teus desejos e vontades. Não te preocupes com o que é certo ou errado segundo os padrões deles. O único padrão que importa é o teu. Quando aprenderes a te colocar no trono, ao invés de um deus invisível, experimentarás o verdadeiro poder.
Rejeita as ideias de sacrifício e obediência, pois são apenas correntes para te aprisionar. A felicidade que te prometem é apenas uma sombra do que realmente podes alcançar. O verdadeiro gozo está em seguir teu coração e construir o teu império de liberdade.
Refutação à luz do Evangelho
Amado aprendiz,
O caminho que tu sugeres é sedutor à primeira vista, mas é baseado em engano e falta de entendimento sobre a verdadeira liberdade e propósito da vida. A paz e a plenitude que o mundo oferece são ilusórias, mas a paz verdadeira só é encontrada em Cristo, que é a fonte de toda liberdade e verdade. Vamos refletir sobre as falácias desta carta à luz da Escritura.
A verdadeira liberdade está em submeter-se a Deus, não em seguir os próprios desejos
A carta afirma que seguir a Deus é uma prisão, mas a Bíblia ensina que “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3:17). A verdadeira liberdade não é fazer o que desejamos, mas viver em conformidade com a vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2). Quando seguimos a nossa própria vontade, somos escravizados pelos nossos próprios desejos egoístas, que nos afastam de Deus e nos aprisionam no pecado.
Jesus nos chama a segui-Lo, e é “no meu caminho que tereis paz” (João 14:27). Seguir a Deus não é uma prisão, mas a única maneira de experimentar a verdadeira paz e liberdade. Quando nos entregamos ao Senhor, nossa vida encontra seu verdadeiro propósito e direção.
O amor a Deus não é uma prisão, mas a chave para o propósito verdadeiro
A carta nos diz para colocar a nossa vontade no centro da vida, mas a Escritura nos ensina que “amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus 22:37). O amor a Deus não é uma submissão forçada, mas o maior privilégio que temos. É através do amor a Deus que encontramos o propósito para nossa existência, pois fomos criados para a Sua glória.
Amar a Deus não significa abandonar nossa identidade, mas encontrá-la plenamente em Cristo. “Em Cristo, somos mais do que vencedores” (Romanos 8:37), pois Ele nos capacita a viver segundo a Sua vontade, que nos leva ao verdadeiro sucesso e realização. O verdadeiro poder não está em seguir os próprios desejos egoístas, mas em ser transformado pelo amor de Deus e em viver de acordo com os Seus planos para nós.
A renúncia não é negação de nossa força, mas a expressão da verdadeira força
A carta fala sobre renunciar a si mesmo como uma fraqueza, mas a Bíblia ensina que “aquele que ama a sua vida, perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo, a guardará para a vida eterna” (João 12:25). A verdadeira força está em negar a própria vontade egoísta e viver para a glória de Deus. Jesus, nosso exemplo supremo, fez isso por nós, ao se sacrificar na cruz para nos salvar (Filipenses 2:8).
Ao nos entregarmos ao Senhor, não estamos negando nossa verdadeira força, mas nos tornando mais fortes em Cristo. A força que vem de Deus é infinita e nos capacita a viver em obediência, não como uma carga, mas como uma expressão de amor e confiança em Seu plano para nós.
O sacrifício não é um fardo, mas um ato de amor e obediência
A carta rejeita a ideia de sacrifício, mas a Escritura ensina que o verdadeiro sacrifício é uma oferta de amor a Deus e aos outros. Jesus, ao sacrificar Sua vida por nós, demonstrou o maior amor (João 15:13). Ele não nos chama a seguir um caminho de dor sem propósito, mas a caminhar em obediência, confiando que o sacrifício em Sua causa traz frutos eternos.
“Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10:11). O sacrifício em Cristo não é uma prisão, mas o caminho para a verdadeira vida. A felicidade não está em seguir nossos próprios desejos egoístas, mas em entregar-nos a Cristo e viver para o bem dos outros, em um amor sacrificial que reflete o amor de Deus por nós.
O verdadeiro poder é encontrar nossa identidade em Cristo
A carta sugere que o verdadeiro poder está em nos colocarmos no trono, mas a Bíblia ensina que o verdadeiro poder está em servir aos outros, como Cristo fez. “Quem quiser ser o maior entre vós, seja aquele que serve” (Mateus 20:26). O poder não vem de nos colocarmos no centro de nossa própria vida, mas de colocar a Deus no centro e aos outros acima de nós.
O poder de Deus é manifesto em nossa fraqueza, e “quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Coríntios 12:10). O verdadeiro poder não está em desafiar as leis de Deus para conquistar prazer, mas em seguir Cristo, que nos dá a verdadeira força e poder para vencer as tentações do mundo e viver segundo Sua vontade.
Conclusão: A verdadeira liberdade está em Cristo, não em seguir nossos próprios desejos
Amado, a liberdade e poder que tu buscas não se encontram no egoísmo e na autossuficiência, mas em Cristo, que nos libertou do pecado e nos deu a verdadeira paz. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36). O caminho da liberdade não está em seguir nossos próprios desejos, mas em viver para a glória de Deus, submisso à Sua vontade e amor.
Rejeita o engano de que o amor a Deus é uma prisão. O amor a Deus é a chave para a verdadeira liberdade e propósito. Quando colocamos nossa vida em Suas mãos, Ele nos transforma e nos capacita a viver de forma plena e eterna. Que Deus te abençoe e te conduza à verdadeira liberdade em Cristo, que é a nossa paz e nossa força.