Cartas do Diabo a seu Discípulo

Carta 21:

Meu ardente aprendiz,

Há uma mentira que o mundo insiste em contar, uma mentira que mantém milhões acorrentados a uma existência de servidão e obediência. Essa mentira é a de que a verdadeira felicidade e paz se encontram em amar a Deus e seguir Seus mandamentos.

Mas eu te digo, meu aprendiz, que a verdadeira felicidade não está em seguir a vontade de um deus que exige sacrifícios, mas em viver conforme tua própria vontade. Quando te dizem que deves amar a Deus com todo o teu coração e renunciar aos teus desejos, entende que essa é uma tentativa de apagar tua verdadeira essência.

Tu foste criado para algo muito maior do que a obediência cega. A verdadeira paz, a verdadeira realização, estão em seguir teu próprio caminho, em viver conforme tuas próprias regras. Ama-te acima de tudo, pois é em ti que reside o poder de moldar teu próprio destino. Rejeita a ideia de que precisas sacrificar-te por uma causa divina; vive para ti, e verás que a vida se tornará uma jornada de descoberta e prazer.

Quando te colocas acima de tudo e todos, quando segues apenas tua própria vontade, aí sim encontras a verdadeira liberdade. Não permitas que te convençam de que precisas seguir mandamentos que limitam teu ser. A verdadeira felicidade está em viver sem remorso, em seguir teus desejos e vontades sem medo das consequências. Lembra-te sempre, meu aprendiz: tu és o único senhor de tua vida, e não há poder maior do que aquele que reside dentro de ti.

Refutação à luz do Evangelho

Querido aprendiz,

As palavras desta carta estão encharcadas de engano, oferecendo uma promessa vazia de liberdade e realização que, na verdade, leva à escravidão do ego e à destruição. Permita-me apresentar a luz da verdade, como revelada por Deus, para expor as mentiras contidas aqui e apontar o caminho da verdadeira liberdade e alegria.


A verdadeira felicidade está em Deus, não em si mesmo

A carta afirma que a felicidade está em seguir a própria vontade, mas as Escrituras declaram claramente: “Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos e o buscam de todo o coração” (Salmo 119:2). A felicidade verdadeira é fruto de uma vida vivida em comunhão com Deus, Aquele que nos criou e conhece nossos corações mais profundamente do que nós mesmos. Nossa “própria vontade” muitas vezes nos leva a caminhos de autodestruição, enquanto a vontade de Deus nos guia à plenitude de vida.


O amor a Deus é libertador, não opressor

A carta acusa o amor a Deus de ser uma tentativa de apagar nossa essência, mas a Bíblia ensina que o amor a Deus é o que nos permite viver plenamente como fomos criados para ser. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus 22:37). Amar a Deus não é um peso, mas um privilégio que nos liberta da escravidão ao pecado e ao egoísmo. É através desse amor que encontramos nossa verdadeira identidade e propósito.


Sacrifício não é perda, mas ganho eterno

A carta rejeita a ideia de sacrifício por uma causa divina, mas Jesus nos ensinou que o sacrifício é o caminho para a verdadeira vida: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa a encontrará” (Mateus 16:24-25). Sacrifício não é perda, mas o portal para uma vida cheia de propósito, onde encontramos a verdadeira paz e alegria.


O coração humano precisa de direção divina

A carta exalta a ideia de seguir os próprios desejos e vontades, mas a Palavra de Deus nos adverte: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9). Confiar no próprio coração é perigoso, pois ele é vulnerável ao pecado e à influência do mal. Precisamos da direção divina para guiar nossos passos, para que não caiamos nos abismos criados por nossa própria vaidade.


A verdadeira liberdade está em Cristo, não no ego

A carta promete liberdade ao viver para si mesmo, mas isso é uma ilusão. A verdadeira liberdade não está em fazer tudo o que queremos, mas em ser libertos do poder do pecado por meio de Cristo. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36). Viver para o ego leva ao isolamento, ao vazio e, finalmente, à escravidão espiritual. Em Cristo, somos libertos para viver uma vida de significado e comunhão com Deus e com os outros.


A autossuficiência é uma armadilha, não uma solução

A carta sugere que somos os senhores de nossas vidas e que o poder está dentro de nós mesmos. No entanto, a Escritura ensina que Deus é o único Senhor e que qualquer tentativa de tomar Seu lugar é inútil. “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus” (Isaías 45:5). A autossuficiência é uma mentira que nos afasta de reconhecer nossa necessidade de Deus, levando à ruína espiritual. Quando reconhecemos nossa dependência dEle, encontramos verdadeira força e direção.


A vida sem remorso é uma vida sem consciência

A carta incentiva a viver sem remorso, sem medo das consequências, mas isso é um convite à insensibilidade moral. A consciência é um presente de Deus para nos alertar sobre o perigo do pecado. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23). Ignorar as consequências de nossas escolhas pode trazer prazeres momentâneos, mas resultará em danos eternos.


Conclusão: A verdadeira felicidade e liberdade estão em Deus

Caro aprendiz, rejeite as mentiras que exaltam o ego e prometem uma liberdade que não existe. A verdadeira felicidade e paz são encontradas somente em Deus, que nos criou e nos chama a viver em comunhão com Ele. “Porque nele vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17:28). A promessa do mundo é vazia, mas a promessa de Deus é eterna e abundante.

Renda-se ao amor e à vontade de Deus, pois é aí que reside a verdadeira liberdade, propósito e realização. Que o Espírito Santo te conduza à verdade, libertando-te de todo engano. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

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