
“A Transformação que o Poder Humano Não Pode Alcançar”
Era uma manhã fria e nublada em Londres, capital da Inglaterra, em meados do século XIX. As ruas estavam encharcadas pela chuva, que parecia nunca cessar naquela cidade. O cheiro de fuligem e fumaça impregnava o ar, lembrando a todos da implacável Revolução Industrial que transformava o mundo à sua volta.
Numa pequena sala, de um dos bairros operários da cidade, Karl Marx sentava-se à sua mesa, rodeado de livros e papéis, enquanto sua mente fervilhava com ideias sobre a luta de classes, a opressão e a inevitável revolução que acreditava estar por vir. Para ele, a história era uma locomotiva, e as revoluções eram o combustível que a movia. Ele via o sofrimento dos operários, o esmagamento do espírito humano pelo capital, e acreditava que apenas uma revolução material poderia libertar os oprimidos.
Do outro lado da cidade, numa modesta igreja, Haddon, o príncipe dos pregadores, um jovem pastor, pregava para um pequeno grupo de fiéis. Suas palavras eram de esperança, mas também de desafio. Ele falava sobre a verdadeira revolução, aquela que não se travava nas fábricas ou nas ruas, mas nos corações e mentes das pessoas. Para Haddon, a transformação espiritual era o único caminho para uma mudança duradoura. Ele via no materialismo de sua época, um vazio profundo que aprisionava as almas, tornando-as escravas do mundo das coisas.
“A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas,” Marx escreveu certa vez. Haddon concordaria com ele, mas apenas até certo ponto. Para o pastor, a valorização do mundo das coisas era uma manifestação da ausência de Deus na vida das pessoas. Quando os homens se afastavam do Criador, tentavam preencher o vazio com bens materiais, com poder, com dinheiro. Mas isso apenas os afastava ainda mais da verdadeira fonte de valor, o divino.
Marx também afirmava que “o dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência domina-o e ele adora-a.” Haddon, ao ouvir essa frase, refletia sobre como o dinheiro se tornava uma espécie de deus, Mamom, a quem as pessoas se curvavam. No entanto, ele acreditava que a redenção era possível, que o amor ao dinheiro podia ser transformado pelo amor a Deus, pelo trabalho que dignifica e pelo serviço aos outros.
Enquanto Marx via na sociedade oprimida uma necessidade de revolução, Haddon via uma sociedade perdida, que precisava de redenção. Quando Marx dizia que “as revoluções são a locomotiva da história”, Haddon via que a revolução mais profunda e necessária era a espiritual. A maior de todas as revoluções, ele pensava, havia ocorrido há quase dois mil anos, quando Cristo sacrificou-se pela humanidade. Essa era a revolução que poderia realmente transformar o mundo, não de fora para dentro, mas de dentro para fora.
“Não é a consciência dos homens que determina seu ser, mas, ao contrário, seu ser social que determina sua consciência,” afirmava Marx, acreditando que a estrutura social moldava as mentes e corações. Haddon concordava em parte, mas insistia que a transformação da consciência, a Metanoia, era possível através de um relacionamento com Deus, uma consciência que transcendia o social e cultural.
Para Marx, “uma ideia torna-se uma força material quando ganha as massas organizadas”. E nisso, Haddon via um perigo: as massas, cegas, poderiam ser levadas a adotar ideias e valores sem questionar, sem refletir. Para ele, a verdadeira força estava na liberdade de pensar, de decidir com base na razão e na fé, não na pressão de uma coletividade alienada.
Finalmente, enquanto Marx acreditava que “mais importante do que interpretar o mundo, é contribuir para transformá-lo”, Haddon concordava que a transformação era essencial, mas ressaltava que essa transformação deveria começar no coração humano, na escolha de seguir um caminho de honestidade, humildade e integridade, como o exemplo de Cristo. Essa era, para ele, a verdadeira revolução que poderia trazer justiça e paz duradoura.
Karl Marx, com sua mente fervilhante de ideias, via o mundo através das lentes da luta de classes e acreditava que a história avançava sobre os trilhos da revolução. Ele enxergava as injustiças sociais e a opressão dos pobres como frutos de um sistema que precisava ser derrubado. Mas, por trás dessas ideias, havia uma realidade que ele não percebia: a essência da maldade humana, que, desde tempos imemoriais, conduzia o homem a buscar poder e domínio.
As guerras que marcaram a história, tanto antes quanto depois de Cristo, foram testemunhas desse impulso humano pelo poder. Desde os impérios da Antiguidade, que se ergueram e caíram em batalhas sangrentas, até as cruzadas e as revoluções modernas, o desejo de conquistar, dominar e impor a própria vontade sobre os outros corrompia o coração dos homens. Não era apenas o sistema que estava corrompido, mas a própria natureza humana, que, afastada de Deus, mergulhava em um ciclo interminável de violência e destruição.
Haddon lembrava que, sem Deus, todas as tentativas humanas de resolver suas mazelas eram apenas atalhos ilusórios. A verdadeira paz e justiça só poderiam ser alcançadas através da ligação espiritual com o Criador, que transformava a essência corrompida do homem e o guiava para um caminho de humildade, integridade e amor ao próximo. A história humana estava repleta de exemplos de como o poder, sem a presença de Deus, levava à ruína.
A moral da história é clara: não adianta a humanidade buscar atalhos, seja por meio de revoluções ou do acúmulo de poder, para resolver suas mazelas. Sem a conexão com Deus, o coração do homem permanece corrompido, e suas ações, por mais bem-intencionadas que pareçam, não trarão a verdadeira transformação. A verdadeira revolução é espiritual, e só ela pode curar as feridas profundas que a maldade humana tem infligido ao mundo ao longo dos séculos.
E assim, nas ruas cinzentas de Londres, dois homens caminhavam em direções opostas. Marx, lutando por uma revolução material que acreditava ser a salvação dos oprimidos, e Haddon, pregando uma revolução espiritual que via como a verdadeira resposta para o vazio e a dor do mundo. Ambos buscavam a transformação, mas cada um à sua maneira, no secularismo do socialismo e na fé da espiritualidade.
Citações de Marx: O Pai do Socialismo
“A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas”
Minha Opinião: O materialismo leva ao egoísmo, mas a verdadeira revolução só acontecerá no plano espiritual. O mundo das coisas é efêmero, passageiro, é o deus da humanidade no plano horizontal. No entanto, o mundo das ideias em conexão vertical leva à uma profunda reflexão das coisas de Deus.
“Aos oprimidos é permitido uma vez a cada poucos anos decidir quais representantes específicos da classe opressora devem representá-los e reprimi-los”
Minha Opinião: Um povo sem consciência crítica, que não aprendeu a pensar por si mesmo ou por algo mais elevado além dele mesmo, é mais fácil de ser condicionado e alienado das consequências de suas ações. Quando falta educação e reflexão, as pessoas tendem a aceitar passivamente as imposições de lideranças e sistemas, sem questionar suas motivações ou consequências. Isso resulta em uma sociedade vulnerável à manipulação e exploração, incapaz de participar ativamente na construção de um futuro mais justo e equilibrado.
“Não é a consciência dos homens que determina seu ser, mas, ao contrário, seu ser social que determina sua consciência”
Minha Opinião: É fato histórico que a cultura humanista determina valores e costumes, definidos por interesses em manter o Status Quo de épocas ou secularismos humanos. Mas é pela estrada contemporânea da hipocrisia social que justificamos nossos interesses na sobrevivência, desenvolvimento pessoal, profissional ou conquistas financeiras. Muitas vezes, agimos sem consciência da maldade, apenas seguimos o fluxo da consciência coletiva, ingênua e inocente, sem consciência das consequências de nossas escolhas. A verdadeira consciência deve ser influenciada e transformada pelo relacionamento com Deus, em metanoia, muito além do comportamento cultural social e religioso.
“As revoluções são a locomotiva da história”
Minha Opinião: É verdade! A maior de todas as revoluções e a única perfeita foi e é a de Jesus Cristo, o antídoto para esse mundo!
“O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência domina-o e ele adora-a”
Minha Opinião: O deus Mamom inspira poder e justificativas hipócritas para a ganância financeira. No entanto, o trabalho dignifica o homem, mas seu coração sem Deus o condena a comportamentos egoístas de amor ao dinheiro, seja pouco ou muito, seu coração já está corrompido.
“Uma ideia torna-se uma força material quando ganha as massas organizadas”
Minha Opinião: É verdade! Por isso que devemos repensar nos perigos em seguir culturas com seus valores, costumes ou ideologias, sem pensar, sem questionar. No efeito manada não existe autonomia de pensamento! Mas, o mundo funciona melhor quando existe a verdadeira liberdade para decidir pela razão e não pela intimidação do grupo social. Quando as massas organizadas estão lutando por uma transformação profunda de si mesmos, é aí que a coisa fica interessante.
“Mais importante do que interpretar o mundo, é contribuir para transformá-lo”
Minha Opinião: Transformá-lo pelo exemplo, seguindo o caminho estreito que leva a decisões desafiadoras de honestidade, humildade e principalmente integridade. O maior legado nessa direção é seguir a Jesus Cristo! No fim, somos o nosso próprio inimigo, além do diabo, é claro.
As boas intenções de Marx ainda estão no campo humanista, não comtemplam a transformação espiritual. Deus não criou as religiões, ou qualquer sistema parecido, foi o homem.
De fato, isso aponta para a distinção entre a fé genuína e os sistemas organizados que surgiram ao longo da história. Religiões, com seus dogmas, rituais e instituições, muitas vezes refletem as tentativas humanas de estruturar e compreender o divino, mas podem acabar se afastando da essência da fé e do relacionamento direto com Deus.
Essa perspectiva sugere que, embora as religiões possam oferecer caminhos para a espiritualidade, elas não devem ser confundidas com a verdadeira conexão com Deus, que transcende qualquer sistema ou estrutura criada pelo homem. Em outras palavras, a verdadeira fé não se limita às formas externas de religião, mas se encontra no coração transformado, na busca sincera por Deus e na vivência dos princípios divinos em amor, justiça e humildade.
A verdadeira transformação e a solução para as mazelas da humanidade, portanto, não estão em seguir sistemas religiosos ou dogmas, mas em uma conexão genuína e pessoal com Deus, que é capaz de transformar o coração humano e, consequentemente, a sociedade como um todo.