A substituição do “auto” pelo “alto” não é meramente semântica, mas uma mudança radical de paradigma: ao invés de buscar respostas dentro de si, o cristão é chamado a buscar “primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (Mateus 6:33).
A Nova Era e o Engano da Autossuficiência
A espiritualidade da Nova Era, com sua ênfase em técnicas de autoajuda e poder mental, propaga a ideia de que o ser humano é capaz de alcançar paz, felicidade e sucesso por meio de seus próprios esforços, sem precisar de Deus. Essa visão reflete a “ciência sem fé”, que é pragmática, mas fragmentada. Baseia-se no entendimento de que tudo depende do poder humano, promovendo um “behaviorismo espiritual” centrado no controle mental e emocional, o que se alinha com as perspectivas humanistas da psicologia moderna.
O apelo do espiritualismo da Nova Era está em oferecer uma falsa sensação de controle e poder pessoal, desviando as pessoas da dependência de Deus e levando-as ao engano espiritual. A Bíblia alerta sobre essas filosofias e vãs sutilezas que não estão fundamentadas em Cristo (Colossenses 2:8).
A Escala de Cosmovisões e o Engano na Formação Humana
A escala de cosmovisões mencionada — mundana, filosófica, religiosa, espiritualista — todas compartilham um elemento comum: a exclusão de Deus como centro da verdade e da formação humana. Seja através do materialismo da cosmovisão mundana, da racionalidade desprovida de fé das filosofias gregas ou do sincretismo espiritualista, todas acabam promovendo uma visão fragmentada e insuficiente da realidade humana.
O behaviorismo e a psicologia humanista, ao ignorarem a necessidade de redenção e transformação espiritual, oferecem soluções que são superficiais e temporárias. Esses sistemas são incapazes de tratar a verdadeira raiz do problema humano, que é o pecado. Só em Cristo encontramos a verdadeira resposta para a condição humana, pois Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).
A Filosofia Grega e a Neurociência na Substituição da Cosmovisão Cristã
A influência da filosofia grega na formação do pensamento ocidental já promovia a ideia de que o ser humano poderia alcançar a verdade por meio da razão e da lógica, separando o divino do material. Na modernidade, essa ideia se intensificou com a psicologia humanista e a neurociência, que tentam reduzir questões profundas da alma humana a meras reações químicas ou padrões de comportamento.
Embora a neurociência tenha seu valor na compreensão dos processos mentais e emocionais, ela não pode oferecer respostas satisfatórias para a necessidade espiritual do homem. A psicologia humanista, ao enfatizar a autorrealização e o potencial intrínseco do ser humano, também falha em reconhecer a dependência da graça de Deus para a verdadeira transformação.
Conclusão: Cristo como Centro da Cosmovisão e Formação Humana
Em contraste com as cosmovisões fragmentadas que priorizam o “eu”, a cosmovisão cristã é holística e integrada. Ela reconhece que o ser humano foi criado à imagem de Deus e só encontra sua plena identidade e realização quando está em comunhão com o Criador. A busca pelo autoconhecimento deve ser substituída pela busca do conhecimento de Deus, e a dependência da autoajuda pela confiança na suficiência da graça de Cristo.
A substituição da centralidade de Jesus por sistemas de pensamento que negam ou ignoram a fé leva a um pragmatismo vazio e a uma fragmentação da identidade humana. A verdadeira formação, tanto no âmbito pessoal quanto no coletivo, deve ter Cristo como o centro e fundamento. “Pois nEle foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra” (Colossenses 1:16), e somente nEle todas as áreas da vida encontram sua unidade e propósito.