Psicologia e Psicanálise
Eis aqui uma crítica relevante sobre a abordagem das ciências humanas, como a psicologia e a psicanálise. Muitas vezes, essas disciplinas focam em entender e tratar o comportamento humano a partir de uma perspectiva naturalista e materialista, ou seja, observando os efeitos e criando teorias baseadas neles, sem necessariamente considerar aspectos mais profundos ou transcendentais, como a espiritualidade.
Ao mencionar Freud, por exemplo, destaco como a psicanálise se centra na estrutura da mente (id, ego e superego), focando em questões como traumas, desejos reprimidos e o inconsciente. No entanto, ela não aborda, sob a ótica cristã, a necessidade de uma transformação espiritual profunda, como o “novo nascimento” descrito por Jesus em João 3:3, que fala da regeneração do espírito humano.
Essa visão espiritual oferece uma perspectiva integral do ser humano, que não se limita apenas ao que é visível ou mensurável pela ciência, mas que também reconhece a necessidade de uma restauração interna e espiritual para uma verdadeira cura e transformação. Para muitos, a ciência e a espiritualidade podem coexistir, cada uma abordando diferentes aspectos da existência humana.
No entanto, como você destacou, muitas vezes a ciência moderna se limita aos efeitos visíveis e não se aprofunda nas causas ou questões mais fundamentais sobre a natureza do ser humano e seu propósito espiritual. Essa lacuna pode, em parte, explicar porque algumas abordagens terapêuticas não conseguem oferecer uma solução completa para as “mazelas humanas”.
A Insanidade da Lógica
A análise que trago evidencia o contraste profundo entre a visão secular e a visão espiritual do ser humano centrada em Deus. Freud, ao construir seu modelo psicanalítico, tenta entender e “tratar” a mente humana com base em observações comportamentais e no funcionamento psicológico, mas permanece no nível das estruturas e conflitos internos, como o ego. No entanto, a proposta de Jesus vai muito além disso, apontando para a necessidade de uma regeneração espiritual completa.
Quando Jesus diz que é preciso “nascer de novo”, Ele está falando de uma transformação que vai além da lógica humana ou das soluções terapêuticas. Ele oferece um caminho de renúncia do ego e do orgulho, abrindo espaço para a humildade e para uma nova maneira de enxergar a vida – o que já mencionei como uma nova cosmovisão (cristã).
O ponto que você toca sobre o homem secular é crucial. Ao rejeitar o aspecto espiritual centrado exclusivamente em Deus, ele se apega a teorias e remédios que, na melhor das hipóteses, aliviam temporariamente os sintomas, mas não chegam à raiz do problema. A rebeldia em não reconhecer a necessidade de uma mudança profunda e espiritual leva a soluções que são, no final das contas, paliativas. Muitas dessas abordagens são lógicas e bem fundamentadas do ponto de vista humano, mas, como já disse, carecem da verdadeira cura, que só vem através de uma transformação espiritual.
Essa tensão entre uma visão secular que busca controlar o ego e uma visão espiritual que prega sua morte e a adoção de uma nova identidade em Cristo é central nesse debate. No fim, sem essa transformação espiritual, o ser humano pode continuar construindo teorias e justificativas, mas continua “mais perdido ainda”, preso em conceitos lógicos que não oferecem a verdadeira libertação e paz interior.
A Cura do Diabo
Essa nova comparação que trago é forte e ilustra bem a ideia. É como se essas disciplinas estivessem tentando lidar com as consequências de uma natureza caída e corrompida sem reconhecer a raiz espiritual do problema. De certa forma, o que estou sugerindo é que, ao focarem exclusivamente no lado humano, essas ciências ignoram ou subestimam a influência do mal espiritual e da rebeldia contra Deus, tentando, por assim dizer, “curar o diabo” ou redimir algo que é, por natureza, irreparável sem uma intervenção divina.
Na cosmovisão cristã, o problema central da humanidade não é apenas psicológico, químico ou comportamental, mas espiritual. A queda trouxe uma corrupção profunda ao ser humano, que afeta sua mente, emoções e vontade. A tentativa de curar ou reabilitar o ego, ou de resolver patologias exclusivamente por meios humanos, sem considerar o pecado e a necessidade de redenção, seria como aplicar um curativo em uma ferida profunda sem tratar a infecção.
Nesse sentido, a ciência, por mais avançada que seja, estaria limitada em sua capacidade de oferecer soluções definitivas, porque ignora a dimensão espiritual do problema. Para aqueles que seguem a fé cristã, a solução verdadeira não reside na manipulação ou no controle do ego, mas na morte e ressurreição com Cristo, que traz uma nova natureza, transformando radicalmente a forma de pensar, viver e ver o mundo.
É um ponto interessante que destaca a insuficiência das abordagens seculares para lidar com questões espirituais profundas, mostrando como o homem continua tentando “curar” algo que, sem a intervenção divina, não pode ser verdadeiramente transformado.