Teologia da Igreja Primitiva

História da Teologia: Visão Histórica da Teologia Cristã

1. Igreja Primitiva (Século I a IV)

a. Contexto e Formação

Após a ascensão de Jesus Cristo e o Pentecostes, os apóstolos iniciaram a evangelização. A mensagem do evangelho se espalhou rapidamente pelo Império Romano. A teologia cristã começou a se desenvolver à medida que os apóstolos e os primeiros seguidores de Cristo refletiam sobre a vida e os ensinamentos de Jesus.

b. Cristologia
  • Natureza de Cristo: Os primeiros cristãos começaram a discutir a natureza de Jesus. Ele era reconhecido como o Messias e, ao mesmo tempo, a questão da sua divindade e humanidade gerava debates. As cartas de Paulo, por exemplo, enfatizavam a preexistência de Cristo e sua relação com Deus Pai.
  • O papel da ressurreição: A ressurreição de Jesus é fundamental na teologia cristã primitiva, visto como a confirmação de sua divindade e a promessa da ressurreição dos crentes.
c. Soteriologia
  • Salvação pela fé: A ideia de que a salvação é um dom de Deus, acessível a todos que creem, começou a se firmar. Paulo enfatizou a justificação pela fé, um conceito que seria central na Reforma.
  • Graça: A noção de que a salvação é pela graça, e não por obras, estava presente nas primeiras comunidades, preparando o terreno para a discussão durante a Reforma.
d. Desenvolvimento da Teologia Prática
  • Ética e Moral: As cartas dos apóstolos abordavam questões éticas, orientando as comunidades em como viver de acordo com os ensinamentos de Jesus, enfatizando a importância do amor, da misericórdia e da justiça.

Até então, tudo parecia “tranquilo” para o Império Católico e Político, desde a aliança com o Imperador Romano Constantino no século IV. No entanto, em 1517, Lutero e Calvino surgiram no século XVI, dando início à Reforma Protestante, após 1200 anos de domínio católico. Eles foram tocados pelo evangelho puro e simples, aquele mesmo que levou à crucificação de Jesus de Nazaré.

2. Reforma Protestante (Século XVI)

a. Contexto e Causas

A Reforma surgiu em um ambiente de questionamento sobre as tradições e práticas da Igreja. Um desejo de retornar às raízes bíblicas da fé cristã impulsionou os reformadores a reconsiderar as doutrinas fundamentais.

b. Principais Figuras

  • Martinho Lutero: Com suas 95 Teses, Lutero desafiou práticas como a venda de indulgências. Ele enfatizou a autoridade das Escrituras e a salvação pela fé.
  • João Calvino: Calvino sistematizou a teologia reformada, abordando a soberania de Deus e a predestinação. Sua obra “Institutas da Religião Cristã” tornou-se um texto fundamental para a teologia protestante.

c. Contribuições Teológicas

As Cinco Solas são princípios fundamentais da teologia reformada que emergiram durante a Reforma Protestante. Elas expressam a essência das crenças protestantes em contraste com as práticas da Igreja da época. Aqui estão as cinco solas com suas respectivas explicações:

1. Sola Scriptura (Somente a Escritura)

  • Definição: A Bíblia é a única e final autoridade para a fé e a prática cristã.
  • Importância: Este princípio enfatiza que todas as doutrinas e práticas da igreja devem estar baseadas nas Escrituras. Os reformadores, como Martinho Lutero, argumentaram que a tradição e as interpretações humanas não podem se sobrepor à Palavra de Deus.

2. Sola Fide (Somente a Fé)

  • Definição: A justificação do pecador diante de Deus é alcançada somente pela fé em Jesus Cristo.
  • Importância: A ênfase aqui é que a salvação não pode ser obtida por obras ou méritos humanos, mas apenas pela confiança na obra redentora de Cristo. Isso se opõe à ideia de que a observância de rituais ou boas ações é necessária para a salvação.

3. Sola Gratia (Somente a Graça)

  • Definição: A salvação é um dom da graça de Deus, recebido através da fé, e não pode ser conquistada ou merecida.
  • Importância: Este princípio destaca que a iniciativa da salvação é inteiramente de Deus. Os seres humanos são incapazes de alcançar a salvação por seus próprios esforços, e somente a graça de Deus pode redimir e transformar os pecadores.

4. Solus Christus (Somente Cristo)

  • Definição: A salvação é encontrada somente em Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e a humanidade.
  • Importância: Este princípio reafirma a centralidade de Cristo na fé cristã, rejeitando a ideia de que outros santos ou líderes religiosos podem interceder ou trazer salvação. A obra de Cristo na cruz é suficiente para a redenção.

5. Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus)

  • Definição: Toda a glória e honra devem ser dadas a Deus somente, em todas as coisas.
  • Importância: Este princípio reflete a crença de que todas as ações e obras dos cristãos devem ser feitas para glorificar a Deus. Ele critica qualquer tentativa de autoengrandecimento ou busca de reconhecimento humano, sublinhando que Deus é o único digno de louvor.

As Cinco Solas formam um resumo conciso da teologia reformada, promovendo uma compreensão clara sobre a salvação, a autoridade das Escrituras e a centralidade de Cristo na vida cristã. Elas continuam a ser um legado fundamental da Reforma, influenciando o pensamento teológico e a prática da fé cristã até hoje.

d. Impacto da Reforma

A Reforma Protestante, que começou no início do século XVI, teve um impacto profundo e duradouro em várias esferas da sociedade, da teologia à política, passando pela cultura e pela educação. Aqui estão os principais impactos da Reforma Protestante:

1. Relação com a Autoridade Religiosa

  • Descentralização da Autoridade Religiosa: A Reforma contestou a autoridade do Papa e da Igreja Católica Romana, promovendo uma visão de que a autoridade religiosa deve ser baseada nas Escrituras (Sola Scriptura) e não na tradição ou na hierarquia eclesiástica.

2. Mudanças Teológicas

  • Sola Fide e Sola Gratia: A ênfase na justificação pela fé e na salvação pela graça impactou a compreensão do pecado e da salvação, afastando a ênfase nas obras e nas indulgências.
  • Acesso à Bíblia: A tradução da Bíblia para línguas vernáculas permitiu que mais pessoas tivessem acesso às Escrituras, promovendo a leitura e a interpretação pessoal da Bíblia. Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, enquanto outros reformadores fizeram o mesmo em seus idiomas nativos.

3. Impacto Social e Político

  • Mudanças na Estrutura Social: A Reforma encorajou um senso de responsabilidade individual, promovendo a ética do trabalho e a ideia de que todos têm um papel a desempenhar na sociedade. Isso contribuiu para a ascensão da classe média na Europa.
  • Guerra e Conflito: A Reforma levou a várias guerras religiosas promovidas pela Igreja Católica, Impérios e Governos aliados, incluindo a Guerra dos Trinta Anos, que teve consequências devastadoras para a Europa, resultando em milhões de mortes e mudanças territoriais.

O que foi a Contra-Reforma?

A Contra-Reforma (ou Reforma Católica) foi o movimento que a Igreja Católica lançou para conter o avanço do protestantismo e reformar internamente suas próprias estruturas. Esse movimento começou no Concílio de Trento (1545-1563) e incluiu uma série de ações religiosas, políticas e militares. As principais estratégias da Contra-Reforma foram:

  1. Concílio de Trento: Reunião de líderes católicos entre 1545 e 1563 para tratar de doutrinas e reformas internas. O concílio reafirmou as principais doutrinas católicas que os reformadores protestantes haviam contestado, como a transubstanciação, o culto aos santos e à Virgem Maria, e a autoridade papal.

  2. Reforma interna da Igreja: A Igreja reconheceu a necessidade de corrigir alguns abusos internos, como a venda de indulgências e a corrupção do clero. Isso ajudou a fortalecer a moral e a disciplina dentro da Igreja.

  3. Inquisição: Uma das ferramentas mais poderosas da Contra-Reforma foi a intensificação dos tribunais da Inquisição, especialmente na Espanha e na Itália. Protestantes eram julgados, torturados e, em muitos casos, executados por heresia. A Inquisição Espanhola, em particular, ficou conhecida por sua brutalidade na perseguição de dissidentes religiosos.

  4. Companhia de Jesus (Jesuítas): A criação da Ordem dos Jesuítas, em 1540, foi uma das principais respostas católicas. Os Jesuítas, liderados por Inácio de Loyola, desempenharam um papel central na educação, na evangelização e no combate ao protestantismo, especialmente por meio da fundação de escolas e universidades e da pregação.

  5. Índex de Livros Proibidos: A Igreja estabeleceu o Índex de Livros Proibidos (Index Librorum Prohibitorum) para censurar publicações que fossem contra os ensinamentos católicos, incluindo obras de teólogos protestantes.

  6. Ação Militar: Além das ações religiosas e políticas, houve confrontos militares diretos entre Estados católicos e protestantes. Por exemplo:

    • Guerra dos Trinta Anos (1618-1648): Um dos maiores e mais devastadores conflitos religiosos da Europa, começou como uma guerra entre príncipes protestantes e católicos no Sacro Império Romano-Germânico. Milhões de pessoas morreram como resultado dessa guerra.

Perseguição e mortes de protestantes

Sim, muitos protestantes foram perseguidos, presos, torturados e mortos durante a Contra-Reforma. Os métodos variaram de região para região, mas algumas das perseguições mais severas ocorreram nos seguintes contextos:

  • Inquisição Espanhola: A Inquisição foi muito ativa em perseguir protestantes na Espanha e nas colônias espanholas. Quem fosse considerado herético, incluindo protestantes, enfrentava julgamento, tortura e, em muitos casos, a morte na fogueira.

  • França (Massacre da Noite de São Bartolomeu): Em 1572, durante as Guerras Religiosas na França, milhares de huguenotes (protestantes franceses) foram massacrados em Paris e em outras cidades. Esse evento ficou conhecido como o Massacre da Noite de São Bartolomeu. Estima-se que entre 5.000 e 30.000 protestantes foram mortos.

  • Países Baixos: A Inquisição Espanhola também perseguiu severamente os protestantes nos Países Baixos, então sob domínio espanhol. A resistência à repressão religiosa e política espanhola eventualmente levou à Guerra da Independência dos Países Baixos, que resultou na criação de um Estado protestante.

  • Itália: Na Itália, a Inquisição também foi feroz na perseguição de qualquer movimento protestante. Muitos dos primeiros reformadores italianos foram forçados a fugir ou enfrentaram a execução.

Outros exemplos de repressão

  • Mártires de Oxford: Na Inglaterra, sob o reinado da rainha Maria I (chamada “Maria, a Sanguinária”), centenas de protestantes foram executados. Entre eles, os bispos Hugh Latimer, Nicholas Ridley e o arcebispo Thomas Cranmer, que foram queimados na fogueira em 1555 por sua fé protestante.

  • Expulsão dos protestantes da Áustria e da Baviera: Nos territórios controlados pelos Habsburgos, como a Áustria e a Baviera, os protestantes foram forçados a se converter ao catolicismo ou a fugir. Aqueles que resistiram foram presos ou executados.

Tortura e Morte Durante a Inquisição e Impérios Católicos

Infelizmente, a história da Igreja Católica e de vários impérios que colaboraram com ela é marcada por episódios de perseguição religiosa, tortura e morte, especialmente contra aqueles que eram considerados hereges ou inimigos da fé católica.

  1. Inquisição: A Inquisição foi um tribunal eclesiástico que visava identificar, julgar e punir os hereges. Ela foi particularmente brutal em regiões como a Espanha e a Itália.

    • Métodos de Tortura: Usava-se tortura para obter confissões, como o potro (um instrumento que esticava o corpo), a roda, a garrucha (suspensão pelo braços), e o tormento da água (antecessor do afogamento simulado).
    • Execuções: Quem fosse condenado por heresia frequentemente enfrentava a morte na fogueira. A Inquisição Espanhola, liderada por figuras como Tomás de Torquemada, executou milhares de pessoas.
  2. Perseguições a Protestantes: Como mencionado, protestantes foram alvos durante e após a Reforma. O Massacre da Noite de São Bartolomeu na França e a Inquisição Espanhola são exemplos de repressão violenta contra dissidentes religiosos.

  3. Guerras Religiosas: A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) foi um dos conflitos mais devastadores da Europa, sendo travada entre católicos e protestantes. Milhões morreram, e cidades inteiras foram destruídas.

  4. Crimes do Estado e da Igreja: Em várias partes do mundo, a Igreja colaborou com Estados na perseguição de minorias religiosas. Durante o período colonial na América Latina, por exemplo, muitas tribos indígenas foram convertidas à força e enfrentaram a morte ou tortura se resistissem.

  5. Exemplos de Tortura Utilizada por Imperadores: Além da Igreja, imperadores ao longo da história também utilizaram tortura e morte para manter o controle. No Império Romano, os cristãos eram perseguidos antes da conversão de Constantino. Torturas incluíam o lançamento às feras e a crucificação.

A relação entre poder religioso e político sempre foi marcada por alianças, violência e controle. A Reforma Protestante desafiou esse status quo, e a resposta católica foi igualmente contundente, com perseguições e torturas. Ao longo da história, tanto a Igreja Católica quanto Estados aliados a ela cometeram abusos em nome da fé. Que esses episódios sirvam de lição para que nunca mais se repitam e que o temor a Deus e o amor ao próximo prevaleça.

O Poder de Leviatã

A tortura e a morte foram métodos brutais utilizados por vários imperadores ao longo da história para manter o controle e a ordem em seus reinos. Aqui estão alguns exemplos notáveis:

1. Imperadores Romanos

  • Nero: Famoso por sua perseguição aos cristãos, Nero utilizou torturas horríveis, como o lançamento de cristãos às feras em arenas, onde eram devorados por animais selvagens. Ele também é conhecido por ter queimado cristãos vivos como forma de iluminação em suas festas.
  • Domiciano: Implementou uma política de terror contra aqueles que se opunham ao seu governo, torturando e executando muitos, incluindo os cristãos, que eram vistos como uma ameaça ao culto do imperador.

2. Imperadores Chineses

  • Qin Shi Huang: O primeiro imperador da China foi conhecido por suas táticas brutais para silenciar dissidentes. Ele ordenou a execução de centenas de estudiosos e a queima de livros que considerava perigosos. A tortura era comum, e muitos eram submetidos a punições severas, como a “tortura da água”, onde a vítima era forçada a ingerir grandes quantidades de água até quase se afogar.

3. Imperadores Bizantinos

  • Justiniano I: Embora conhecido por suas reformas legais, Justiniano também utilizou tortura para manter sua autoridade. Ele frequentemente aplicava penas severas a traidores e opositores, que eram torturados antes de serem executados.

4. Imperadores Astecas

  • Monteczuma II: Os astecas praticavam sacrifícios humanos como forma de adoração a seus deuses. Embora não seja uma tortura no sentido moderno, as vítimas muitas vezes eram submetidas a torturas horríveis antes de serem sacrificadas, incluindo a remoção do coração ainda batendo.

5. Imperadores Mongóis

  • Genghis Khan: Embora seja mais conhecido por suas conquistas militares, Genghis Khan e seus sucessores eram implacáveis com os inimigos. Torturas como a “tortura de fogo” e a execução em massa eram comuns para intimidar populações e garantir a submissão.

6. Igreja Católica

  • Inquisição: Estabelecida para combater a heresia, a Inquisição foi responsável por várias torturas e execuções de supostos hereges. Os inquisidores utilizavam métodos como a tortura da água, a cadeira de ferro e a queima na fogueira. Milhares de pessoas foram acusadas e muitas morreram em nome da defesa da fé.
  • Queima de hereges: Durante a Idade Média e o Renascimento, a Igreja ordenou a execução de pessoas consideradas hereges, bruxas ou infiéis. A queima na fogueira era um dos métodos mais comuns e brutalmente eficazes de instigar medo na população.
  • Conquista e conversão: Durante a colonização das Américas, a Igreja Católica muitas vezes colaborou com os conquistadores para converter os nativos ao cristianismo. Isso frequentemente envolvia métodos violentos, incluindo tortura e execuções, para eliminar as religiões indígenas e impor a fé católica.

Assim, tanto os imperadores quanto a Igreja Católica utilizaram a tortura e a execução como instrumentos de controle e opressão, muitas vezes justificando essas ações como necessárias para manter a ordem, defender a fé ou expandir o poder. Esses eventos são um lembrete sombrio de como a busca por controle e poder pode levar a graves violações dos direitos humanos e à dor de muitos inocentes.

Durante a Contra-Reforma, a Igreja Católica empregou uma variedade de meios para conter o protestantismo, incluindo perseguições e execuções de protestantes. Embora muitos esforços fossem voltados para reformas internas e evangelização, a repressão brutal contra os protestantes também foi uma característica marcante desse período.

Charada

Nas brumas do passado, onde a sombra era densa,
Reinos se erguiam com pompa e crença.
Entre tronos e templos, o povo se curvava,
Mas a verdade escondida, em silêncios, chorava.

Um manto de ouro, com promessas e poder,
Revestia os sábios que ensinavam a crer.
Entre indulgências e rituais, a fé era vendida,
E o clamor dos justos parecia sem vida.

Mas então, na calada de um monastério escuro,
Um homem se levantou, com coração puro.
Lutero, seu nome, de coragem alheia,
Desafiou os poderes, rompeu a teia.

Numa porta de Wittenberg, afixou suas teses,
Revelando verdades, para muitos, as chaves.
“Não por obras, mas pela fé somos salvos!”,
Gritava ao mundo, enquanto os poderosos calavam.

Na Suíça, outro eco se fez ouvir,
Calvino, o sábio, começou a definir
Uma nova doutrina, de graça e de amor,
Que libertava as almas do medo e temor.

Pergunto a ti, amigo, nesta jornada,
Quem foram os homens que trouxeram a mudança,
Tocando o evangelho puro e simples,
Que desafiou o império, como as brisas do Norte?

Quem acendeu a chama, nos corações ardentes,
E fez da Escritura um farol entre as gentes?
E qual é a verdade que agora é cantada,
Que trouxe luz ao mundo, da escuridão desatada?

Diz-me, quem são os que, em nome do Pai,
Reescreveram a história, em um novo compasso?
E qual é a mensagem que, ainda hoje, brilha,
Libertando a humanidade da antiga armadilha?

Martinho Lutero e João Calvino, que no século XVI, ao serem tocados pelo evangelho puro e simples, desafiaram a autoridade da Igreja Católica e trouxeram à tona a mensagem da salvação pela fé, reformando a teologia cristã e libertando o povo das práticas corruptas da época. Da mesma forma como ocorreu com Cristo Jesus ao confrontar a religião Judaica e o Império Romano à época. Continua…

4. Educação e Cultura

  • Educação e Alfabetização: Os reformadores acreditavam que a leitura da Bíblia era essencial para todos os crentes, o que levou ao aumento da alfabetização e à criação de escolas, tanto religiosas quanto seculares.
  • Desenvolvimento Cultural: A Reforma inspirou um renascimento da arte e da música, com hinos e obras religiosas que refletiam as novas doutrinas. Compositores como Johann Sebastian Bach incorporaram temas protestantes em suas obras.

5. Mudanças na Prática Religiosa

  • Culto Simples: As igrejas reformadas muitas vezes adotaram um estilo de culto mais simples e menos ritualístico, enfatizando a pregação da Palavra de Deus e a participação ativa da congregação.
  • Ênfase na Comunidade: As comunidades protestantes frequentemente se organizaram em torno de valores familiares e comunitários, promovendo uma rede de apoio social entre os membros.

6. Impacto Global

  • Missões e Expansão do Protestantismo: A Reforma gerou um impulso missionário que se espalhou pelo mundo, especialmente nas Américas e na África, onde as igrejas protestantes cresceram significativamente.
  • Interações Culturais: A Reforma também influenciou outras tradições religiosas e o desenvolvimento de pensamentos críticos em relação à religião e à política.

A Reforma Protestante não apenas transformou o cristianismo, mas também teve um impacto profundo e duradouro em várias esferas da vida social, política e cultural. Ela continua a influenciar a prática e a compreensão da fé cristã até os dias de hoje, moldando a história da humanidade de maneiras que ainda são visíveis em nossas sociedades contemporâneas.

Conclusão

A história da teologia cristã, desde a Igreja Primitiva até a Reforma Protestante, é marcada por uma busca contínua por entender a natureza de Deus, a salvação e o papel do crente. A teologia se desenvolveu em resposta às questões enfrentadas pelas comunidades de fé, refletindo uma rica herança de pensamento que continua a influenciar os cristãos até os dias de hoje. O retorno às Escrituras e a ênfase na fé pessoal são legados que perduram desde os primeiros discípulos até os reformadores, moldando a prática e a crença na fé cristã moderna.

Espelho dos Mártires | Parte I

Espelho dos Mártires | Parte II

 

A história da humanidade é repleta de momentos em que a verdade foi silenciada pelo poder do que muitas tradições religiosas e filosóficas chamam de “Leviatã”, uma representação do poder opressivo, seja ele político, religioso ou social. Aqui estão alguns momentos significativos na história em que a verdade foi silenciada:

1. A Crucificação de Jesus Cristo (1º Século d.C.)

Jesus foi silenciado por autoridades religiosas e políticas que temiam sua influência e as verdades que ele proclamava sobre Deus, justiça e amor. Sua crucificação é vista como um dos exemplos mais profundos de como a verdade pode ser silenciada.

2. Os Primeiros Cristãos (1º a 3º Século d.C.)

Após a ascensão de Cristo, os primeiros cristãos enfrentaram perseguições severas. Muitos foram martirizados, como Pedro e Paulo, por suas crenças e pela propagação do evangelho, que desafiava as autoridades romanas e suas divindades.

3. A Inquisição (12º a 19º Século)

A Igreja Católica estabeleceu a Inquisição para investigar e punir a heresia. Muitas verdades, especialmente as que desafiavam a doutrina católica, foram silenciadas. Isso incluiu perseguições a indivíduos como Giordano Bruno, que foi executado por suas ideias sobre a cosmologia.

4. A Reforma Protestante (16º Século)

Durante a Reforma, muitos reformadores, como Martinho Lutero, enfrentaram resistência e foram silenciados por autoridades católicas. Lutero, por exemplo, foi excomungado e, apesar disso, continuou a divulgar suas ideias. Outros, como João Huss, foram queimados na fogueira.

5. A Revolução Francesa (18º Século)

A revolução levou à perseguição de membros da Igreja e à silenciamento de vozes religiosas, enquanto buscava um novo modelo de sociedade baseado na razão. Muitos clérigos foram executados ou forçados ao exílio (Olho por olho, dente por dente).

6. A Era do Totalitarismo (20º Século)

Durante regimes totalitários, como o nazismo na Alemanha e o stalinismo na União Soviética, a verdade foi severamente silenciada. Líderes como Adolf Hitler e Joseph Stalin eliminaram opositores políticos, intelectuais e religiosos, resultando em milhões de mortes e um controle rígido sobre a informação.

7. A Perseguição de Cristãos na Atualidade

Hoje, muitos cristãos ainda enfrentam perseguições em diversas partes do mundo. Países como Coreia do Norte, China e várias nações muçulmanas têm regimes que silenciaram vozes cristãs e suprimiram a liberdade religiosa.

8. A Cultura do Cancelamento

Na sociedade atual, o evangelho de Cristo Jesus está sendo silenciado em nome de uma liberdade sem limites. Por exemplo, ensinamentos tradicionais sobre sexualidade, família e moralidade podem ser frequentemente desafiados e, em alguns casos, levados ao ostracismo nas plataformas sociais.

9. Conflito entre Valores Culturais e Religião

A cultura do cancelamento muitas vezes reflete um conflito entre os valores culturais emergentes e as verdades inquietantes do evangelho. A verdade de Deus não faz curva, Ele é soberano e está acima de qualquer religião ou cultura efêmera. Deus é puro e santo, de amor e misericórdia, mas também de ira e castigo e sua verdade absoluta não se adapta à normas culturais, o que pode levar a um silenciamento dessa voz da verdade pura e simples, o evangelho de Cristo Jesus.

10. Divisão entre Comunidades de Fé e a Sociedade Geral

Esse fenômeno pode causar uma divisão mais profunda entre as comunidades de fé e a sociedade mais ampla. Quando as vozes religiosas são canceladas ou desacreditadas, pode haver uma sensação de alienação entre os crentes, que se sentem perseguidos ou incompreendidos por defender suas crenças. Isso pode levar a uma reticência em expressar a “voz de Deus” publicamente.

Reflexão Final

Esses momentos são apenas alguns exemplos de como a verdade foi e é silenciada ao longo dos séculos. Em cada caso, a luta pela verdade e pela justiça continua, e muitos acreditam que, embora o Leviatã possa silenciar vozes temporariamente, a verdade sempre encontrará um caminho para emergir e ressoar na história da humanidade. Essa luta pela verdade é uma parte essencial da condição humana e da busca por um mundo mais justo e iluminado pela Luz de Cristo Jesus.

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