Teologia da Igreja Primitiva

Teologia e Cultura: Um Contraponto

A relação entre teologia e cultura é um tema de grande relevância e complexidade, especialmente ao considerarmos a natureza de Deus e a efemeridade da cultura humana. Por um lado, temos a teologia, que se baseia na revelação de um Deus eterno, imutável e soberano, cuja Palavra transcende o tempo e o espaço. Por outro, a cultura, que é dinâmica, mutável e frequentemente influenciada por contextos sociais, políticos e econômicos.

Deus é Eterno; a Cultura é Efêmera

Deus é eterno. Sua natureza e Seus propósitos são constantes, independentes das circunstâncias culturais. A Bíblia nos apresenta um Deus que não muda (Malaquias 3:6), e isso nos dá segurança em Suas promessas. A cultura, por outro lado, é efêmera. Ela evolui, se transforma e pode ser influenciada por modismos, tendências e crises. Essa transitoriedade é uma característica da humanidade; as normas culturais mudam conforme a sociedade avança e as ideologias se alteram.

A Palavra de Deus: Atemporal e Imutável

A Palavra de Deus é atemporal e imutável. Mesmo que as formas de comunicar a mensagem possam variar de uma cultura para outra, a essência da verdade divina permanece a mesma. Jesus declarou que “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24:35). Isso reafirma que, independentemente do contexto cultural, os princípios de Deus e Suas verdades eternas não são alterados por tendências passageiras.

A Cultura Não Deve Influenciar a Teologia

A influência da cultura na teologia pode levar a distorções e interpretações que comprometem a pureza da fé. Quando a cultura começa a moldar a teologia, dilui a mensagem do evangelho, substituindo verdades eternas por ideias que refletem mais os valores temporais humanos do que os eternos de Deus. A soberania de Deus e Sua sabedoria transcendem todas as culturas, e Sua vontade deve ser o padrão pelo qual medimos nossas crenças e práticas.

Conclusão

A teologia, fundamentada na revelação de Deus, deve permanecer firme e inabalável diante das mudanças culturais. Enquanto a cultura pode oferecer insights valiosos sobre a condição humana, ela não deve ser a lente através da qual interpretamos a Palavra de Deus. Em vez disso, devemos buscar entender e aplicar as verdades eternas de Deus à luz da Bíblia, sempre mantendo a primazia da Sua sabedoria. Assim, a fé em Cristo não se tornará uma mera adaptação cultural, mas permanecerá como um farol de esperança e verdade em um mundo em constante mudança.

A crescente influência de diversas culturas contemporâneas, como a cultura do coaching, a cultura do evangelho progressista e a cultura Woke, levanta preocupações significativas em relação à interpretação e aplicação da Bíblia. Essas culturas, muitas vezes, buscam reescrever ou adaptar os princípios bíblicos a narrativas que refletem um relativismo moral, distorcendo as verdades eternas da Palavra de Deus para atender a necessidades e demandas temporais humanas.

Cultura do Coaching

A cultura do coaching frequentemente enfatiza o empoderamento pessoal e o sucesso individual, muitas vezes à custa de valores fundamentais da fé cristã. Essa abordagem pode colocar a autoajuda e a busca de metas pessoais no centro da vida, desviando a atenção da dependência de Deus e da humildade diante de Sua soberania. Em vez de buscar a orientação divina para a vida, o coaching promove uma visão que exalta o ser humano como o arquétipo de sua própria realidade, o que contraria a Bíblia, que nos ensina a reconhecer nossa fragilidade e a necessidade de um Salvador.

A cultura do coaching, embora ofereça muitas ferramentas valiosas para o desenvolvimento pessoal, se desvia de princípios fundamentais da fé cristã. Vamos explorar alguns aspectos desse fenômeno de forma mais aprofundada.

1. Empoderamento Pessoal vs. Dependência de Deus

A ênfase no empoderamento pessoal muitas vezes sugere que cada indivíduo possui dentro de si todas as respostas necessárias para alcançar seus objetivos. Essa perspectiva cria uma mentalidade de que somos os mestres de nosso destino, levando à autossuficiência. No entanto, a Bíblia nos ensina que a verdadeira força e orientação vêm de Deus. Versículos como Provérbios 3:5-6 nos lembram da importância de confiar no Senhor e reconhecer a Sua liderança em nossas vidas. O coaching, ao colocar o indivíduo no centro, tem o potencial de obscurecer essa dependência essencial.

2. Foco em Metas Pessoais

A cultura do coaching tende a enfatizar a definição e a realização de metas pessoais como o caminho para a realização. Embora ter objetivos seja importante, a Bíblia ensina que nossas metas devem estar alinhadas com a vontade de Deus. Tiago 4:13-15 nos adverte sobre planejar sem considerar a soberania divina. A busca desenfreada por conquistas pessoais resulta em um afastamento dos propósitos de Deus, levando a um vazio espiritual e à frustração.

3. Autocuidado vs. Humildade e Serviço

O coaching frequentemente promove a ideia de autocuidado e de priorizar o bem-estar individual. Embora isso possa ser benéfico em alguns contextos, o cristianismo ensina que a verdadeira satisfação vem do servir ao próximo e da humildade. Filipenses 2:3-4 nos encoraja a considerar os interesses dos outros acima dos nossos. Essa troca de foco—de ser servido para servir—é fundamental para a vida cristã, e é frequentemente negligenciada em uma cultura que exalta o eu.

4. O Papel da Comunidade

A cultura do coaching incentiva um enfoque no desenvolvimento pessoal que ignora a importância da comunidade e do corpo de Cristo. Em Hebreus 10:24-25, somos chamados a não deixar de nos reunir, mas a encorajar uns aos outros. O coaching, quando se torna um empreendimento puramente individual, resulta em isolamento e desconexão da comunidade de fé, que é vital para o crescimento espiritual e apoio mútuo.

5. Valorização do Sucesso Material

Outra crítica à cultura do coaching é a ênfase na conquista material e no sucesso como indicadores de valor pessoal. Essa perspectiva contrasta com a Bíblia, que nos lembra que nossa verdadeira riqueza é espiritual e não material. Mateus 6:19-21 nos ensina a acumular tesouros no céu, enfatizando que onde está nosso coração, aí também estará nosso tesouro. A cultura do coaching, ao valorizar realizações externas, nos distrai da riqueza espiritual que encontramos em Cristo.

6. Transformação Interior vs. Mudança Comportamental

Finalmente, a cultura do coaching frequentemente foca em mudanças comportamentais e resultados externos, enquanto a Bíblia nos ensina que a verdadeira transformação começa no coração. Romanos 12:2 nos exorta a não nos conformarmos com este mundo, mas a sermos transformados pela renovação da mente. O coaching que ignora essa transformação interna leva à mudanças superficiais que não resultam em um verdadeiro crescimento espiritual.

Em suma, a cultura do coaching, apesar de suas boas intenções e potenciais benefícios, é um caminho que se afasta dos valores cristãos essenciais. A verdadeira realização, segundo a fé cristã, não reside em sermos os arquitetos de nossas vidas, mas em reconhecer a soberania de Deus, buscar Sua vontade, e viver em comunidade e serviço ao próximo. Para um coaching que se alinhe com a fé cristã, é vital integrar os princípios bíblicos, enfatizando a dependência de Deus, o amor ao próximo e a verdadeira transformação que vem do interior.

Coaching e Satanismo

A relação entre o satanismo e algumas características do desenvolvimento pessoal promovidas pelo coaching é um tema complexo e delicado. Vamos analisar esse assunto com atenção, destacando alguns pontos que podem ilustrar essa conexão, sem perder de vista os valores cristãos.

1. Ênfase no Autoconhecimento

Tanto o satanismo quanto algumas abordagens do coaching enfatizam o autoconhecimento como um caminho para o crescimento pessoal. No satanismo, o autoconhecimento é visto como uma maneira de explorar o próprio desejo e a individualidade. Da mesma forma, o coaching muitas vezes incentiva a autoexploração e a compreensão das próprias emoções, objetivos e motivações.

Reflexão Cristã: Na fé cristã, o autoconhecimento é importante, mas deve ser sempre em relação à nossa identidade em Cristo. Em Salmos 139:14, somos lembrados de que somos maravilhosamente feitos, e essa compreensão deve nos levar a buscar não apenas a realização pessoal, mas o propósito de Deus para nossas vidas.

2. Foco em Metas e Resultados Pessoais

O satanismo, especialmente em sua forma moderna, pode enfatizar a importância de alcançar metas pessoais e de obter resultados tangíveis, uma característica que também é central no coaching. Ambos podem promover uma mentalidade que valoriza o sucesso individual como um sinal de poder e realização.

Reflexão Cristã: Embora a Bíblia não condene ter objetivos, ela adverte contra a busca desenfreada por conquistas materiais ou pessoais sem considerar a vontade de Deus. Tiago 4:13-15 nos lembra que devemos planejar nossas vidas sob a orientação divina, reconhecendo que o Senhor tem o controle.

3. Individualismo e Autossuficiência

O satanismo frequentemente exalta o individualismo e a autossuficiência, colocando o ser humano no centro de sua própria realidade. O coaching, por outro lado, também enfatiza a ideia de que cada um é responsável por seu próprio destino e que deve buscar a autoajuda e a autoafirmação.

Reflexão Cristã: A Bíblia, por outro lado, ensina a importância da humildade e da dependência de Deus. Em Efésios 2:8-9, aprendemos que somos salvos pela graça, não por nossas próprias obras, o que contrasta fortemente com a ideia de que devemos ser os arquitetos de nossas próprias vidas.

4. Práticas de Autocuidado e Atração de Energia

Práticas de autocuidado e a busca por um equilíbrio emocional são comuns tanto no satanismo quanto em algumas abordagens do coaching. A ideia de que se deve nutrir a própria energia e bem-estar pode se manifestar de diversas formas, como a meditação, afirmações e visualizações.

Reflexão Cristã: O autocuidado é importante, mas deve ser equilibrado com um foco em servir aos outros e em depender da força que vem de Deus. Em Filipenses 2:3-4, somos chamados a considerar os interesses dos outros, o que pode enriquecer nossa jornada pessoal.

5. Criação da Própria Realidade

Uma ideia comum no satanismo é que os indivíduos podem moldar sua própria realidade através de pensamentos e intenções. Essa ideia se alinha com algumas práticas do coaching que incentivam a visualização e a manifestação de desejos.

Reflexão Cristã: A Bíblia nos ensina que Deus tem um plano e propósito para cada um de nós. Jeremias 29:11 declara que Deus tem planos de paz e não de mal para nos dar um futuro e uma esperança. Essa compreensão ajuda a ver que, embora possamos sonhar e trabalhar por nossos objetivos, devemos sempre estar abertos ao que Deus tem reservado para nós.

Conclusão

Embora o coaching e o satanismo compartilhem algumas características relacionadas ao desenvolvimento pessoal, é fundamental entender que a base de cada abordagem é radicalmente diferente. Enquanto o satanismo se fundamenta na exaltação do eu e na negação da soberania de Deus, a fé cristã ensina que a verdadeira realização vem de reconhecer nossa fragilidade e necessidade de um Salvador.

A busca pelo crescimento pessoal deve sempre estar alinhada com os princípios bíblicos, centrando-se na dependência de Deus, na comunidade e no amor ao próximo. Um coaching que se alinha à fé cristã reconhece que o verdadeiro poder para a transformação vem de Deus, e não de nós mesmos.

Evangelho Progressista

O evangelho progressista tem se caracterizado por uma tentativa de reinterpretar a mensagem cristã à luz das preocupações sociais contemporâneas, como justiça social e inclusão. Embora esses temas tenham relevância, a aplicação desses conceitos muitas vezes resulta em uma diluição da verdade bíblica. O foco na aceitação incondicional pode levar a uma relativização do pecado e à ideia de que a Bíblia deve se adaptar à compreensão atual de moralidade, em vez de ser um guia firme e imutável. Essa abordagem ignora a realidade do sofrimento espiritual que o pecado traz e promove uma visão de Deus que se alinha mais com as expectativas humanas do que com a verdade de Sua Palavra.

Reinterpretação da Mensagem Cristã

A essência do evangelho progressista reside na tentativa de adaptar as verdades cristãs às preocupações sociais contemporâneas. Isso frequentemente se manifesta em sermões e práticas que priorizam questões de justiça racial, econômica e ambiental. Embora a Bíblia fale sobre a justiça e o amor ao próximo, a aplicação dos princípios bíblicos deve ser feita com a devida consideração ao que as Escrituras ensinam sobre o pecado, a salvação e a natureza de Deus.

Diluição da Verdade Bíblica

Ao focar na aceitação incondicional e na promoção de uma moralidade que se alinha com as tendências culturais, o evangelho progressista dilui a mensagem central do cristianismo. A ideia de que todos os caminhos levam a Deus, ou que a verdade é relativa à experiência individual, contradiz os ensinamentos claros da Bíblia sobre a singularidade de Cristo como o caminho, a verdade e a vida (João 14:6). Essa diluição resulta em uma fé que se afasta da necessidade de arrependimento e da transformação espiritual, pilares da mensagem cristã.

Relativização do Pecado

Uma das consequências mais preocupantes do evangelho progressista é a relativização do pecado. A ênfase em ser acolhedor e inclusivo pode levar a uma visão de que o comportamento moral não é absoluto, mas sim flexível, dependendo das circunstâncias e das experiências pessoais. Essa perspectiva ignora a seriedade do pecado e suas consequências, como descrito nas Escrituras. A Bíblia não apenas identifica o pecado, mas também nos adverte sobre o seu impacto no relacionamento com Deus e com os outros. A ideia de que o pecado pode ser ignorado ou reinterpretado sob uma luz mais favorável pode criar uma falsa sensação de segurança espiritual.

Sofrimento Espiritual e a Natureza de Deus

Ao promover uma visão de Deus que se alinha mais com as expectativas e desejos humanos do que com a verdade de Sua Palavra, o evangelho progressista minimiza a necessidade de reconhecer a gravidade do pecado e o sofrimento espiritual que dele resulta. A Bíblia é clara sobre o fato de que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Romanos 3:23) e que o pecado gera morte espiritual (Romanos 6:23). A mensagem do evangelho é, antes de tudo, uma mensagem de redenção e transformação, que nos chama ao arrependimento e à fé em Cristo.

Uma Visão Atraente, Mas Perigosa

Embora o foco em questões sociais e na inclusão seja atraente e relevante em um mundo que enfrenta tantas divisões, é essencial que os cristãos permaneçam firmes na verdade bíblica. A verdadeira inclusão, segundo a Bíblia, não se trata de diluir a mensagem do evangelho, mas de reconhecer que todos são chamados a se arrepender e a se voltar para Cristo, independentemente de sua origem ou situação.

Conclusão

O evangelho progressista, ao tentar se adaptar às demandas culturais contemporâneas, apresenta um risco significativo de comprometer a integridade da mensagem cristã. A verdade bíblica é firme e imutável, e a fé cristã deve ser fundamentada em princípios eternos que refletem a natureza de Deus e Sua vontade para a humanidade. Como cristãos, somos chamados a proclamar a verdade do evangelho com amor e coragem, lembrando que a verdadeira transformação espiritual e a verdadeira justiça vêm de um relacionamento autêntico com Cristo, que nos liberta do pecado e nos guia em direção à Sua verdade.

Cultura Woke

A cultura Woke, que busca promover a conscientização sobre questões sociais e injustiças, também pode contradizer princípios bíblicos. Muitas vezes, essa cultura valoriza a identidade pessoal e a expressão individual, enquanto desconsidera a necessidade de arrependimento e transformação espiritual, que são centrais na mensagem do evangelho. A tentativa de reescrever as verdades bíblicas para torná-las mais aceitáveis em um contexto social específico leva a uma compreensão distorcida do caráter de Deus e de Sua vontade para a humanidade.

A Cultura Woke surge como uma reação às desigualdades e injustiças sociais, promovendo a conscientização sobre temas como racismo, gênero, sexualidade e direitos humanos. Embora suas intenções possam ser positivas, como a busca por um mundo mais justo e inclusivo, ela também levanta algumas questões importantes em relação à fé cristã e aos princípios bíblicos.

Conflito com Princípios Bíblicos

  1. Identidade Pessoal vs. Identidade em Cristo:

    • A Cultura Woke enfatiza fortemente a identidade pessoal e a autoexpressão. No entanto, a Bíblia nos ensina que a verdadeira identidade do cristão é encontrada em Cristo (Gálatas 2:20). O foco no “eu” desvia a atenção do propósito maior de glorificar a Deus e viver em obediência a Seus mandamentos.
  2. Arrependimento e Transformação Espiritual:

    • O conceito de arrependimento é fundamental no evangelho. A Cultura Woke, rejeita a noção de que precisamos nos transformar ou nos arrepender, promovendo a ideia de que todas as escolhas pessoais são válidas. Isso leva a uma falta de reconhecimento da necessidade de redenção e transformação que Jesus oferece (2 Coríntios 5:17).
  3. Reinterpretação de Verdades Bíblicas:

    • Ao tentar adaptar a mensagem bíblica às normas sociais contemporâneas, distorcemos a verdade de Deus. Por exemplo, passagens que falam sobre moralidade ou relacionamentos são frequentemente reinterpretadas para se alinhar com as visões progressistas, o que pode resultar em uma compreensão errônea do caráter de Deus, que é santo e justo (Salmos 119:160).
  4. Coletivismo vs. Individualismo Cristão:

    • A Cultura Woke, em sua ênfase no coletivismo, pode criar um ambiente em que as falhas individuais são minimizadas, mas a Bíblia nos chama a uma responsabilidade pessoal diante de Deus. Cada um prestará contas a Deus por suas ações (Romanos 14:12).

Caminho a Seguir

  1. Foco na Verdade:

    • É essencial que os cristãos permaneçam firmes nas verdades bíblicas, mesmo em um mundo que está em constante mudança. A verdade de Deus é eterna e não deve ser moldada por pressões sociais.
  2. Amor e Compaixão:

    • Enquanto defendemos as verdades bíblicas, devemos também demonstrar amor e compaixão, reconhecendo que todos são criados à imagem de Deus e merecem respeito e dignidade (Gênesis 1:27).
  3. Reavivamento da Fé:

    • Buscar um reavivamento espiritual dentro da igreja pode ajudar a retornar ao centro do evangelho, promovendo a necessidade de arrependimento e transformação que é tão essencial para a fé cristã.

Em resumo, a Cultura Woke traz à tona questões relevantes e necessárias sobre justiça social, mas os cristãos são chamados a manter a integridade da mensagem do evangelho, que oferece não apenas conscientização, mas também esperança e transformação por meio de Cristo.

Relativismo Moral e Sofrimento

Um ponto de destaque nessas culturas é a alegação de que a Bíblia deve ser reinterpretada em relação ao sofrimento das pessoas, especialmente no que diz respeito à sexualidade. Argumentos baseados no sofrimento humano são utilizados para justificar a adaptação das Escrituras, levando à conclusão de que a verdade bíblica deve ceder às necessidades e experiências subjetivas. Isso cria um dilema: se a Palavra de Deus é ajustável, onde ficam os princípios absolutos que orientam a moralidade e a ética cristã?

Cultura da Psicologia

A cultura da psicologia, com seu foco na saúde mental e no bem-estar emocional, oferece importantes insights sobre a condição humana. No entanto, certas abordagens psicológicas podem entrar em conflito com a teologia bíblica. Muitas vezes, a psicologia contemporânea enfatiza o autocontrole, a autoaceitação e a autoexpressão, promovendo uma visão de que a verdade e a identidade são construídas individualmente. Isso leva à ideia de que as normas morais, incluindo as ensinadas na Bíblia, são subjetivas e dependentes da experiência pessoal e não de Deus.

Cultura da Psicologia e Sua Divergência com a Teologia Bíblica

A cultura da psicologia, especialmente na sua vertente contemporânea, abrange uma variedade de teorias e práticas que buscam compreender e tratar as complexidades da mente humana. Um dos focos centrais é a saúde mental, que envolve a promoção do bem-estar emocional e o desenvolvimento de habilidades para lidar com os desafios da vida. Essa abordagem é fundamental para ajudar os indivíduos a enfrentarem questões emocionais e relacionais. Contudo, suas premissas frequentemente se afastam dos ensinamentos da Escritura.

Conflitos entre Psicologia e Teologia

A psicologia moderna enfatiza conceitos que estão em desacordo com a teologia bíblica, como:

  1. Autocontrole e Autoaceitação: A ênfase no autocontrole e na autoaceitação promove a ideia de que o indivíduo deve gerir suas emoções e aceitar-se sem levar em conta padrões absolutos de moralidade. Esses padrões, que são estabelecidos pela Bíblia, são frequentemente ignorados.

  2. Autoexpressão: A valorização da autoexpressão como um caminho para o autoconhecimento e a realização pessoal contradiz a perspectiva bíblica de que a verdadeira identidade e valor de um ser humano derivam de sua criação à imagem de Deus e da submissão à Sua vontade.

  3. Construção da Verdade e Identidade: A noção de que a verdade e a identidade são construídas individualmente, com base em experiências pessoais, leva à crença de que as normas morais, incluindo as ensinadas na Bíblia, são subjetivas. Isso resulta em um relativismo moral que contradiz as doutrinas cristãs.

Consequências para a Vida Cristã

Essas divergências têm várias implicações:

  • Desvio do Absoluto: A visão subjetiva das normas morais resulta na rejeição dos princípios absolutos da Bíblia, que são fundamentais para a fé cristã. A interpretação das Escrituras pode ser distorcida para atender a experiências pessoais, enfraquecendo a moralidade cristã.

  • Dependência da Experiência Pessoal: A confiança excessiva em experiências individuais como base para a verdade gera uma fé que se afasta da revelação de Deus. Essa abordagem resulta em uma insegurança espiritual, pois a base da fé se torna volúvel e instável.

  • Impacto na Comunidade Cristã: A promoção da autoaceitação e da individualidade provoca uma cultura de “cada um por si”, onde a comunidade de fé perde seu caráter de apoio mútuo e responsabilidade compartilhada. Isso gera um ambiente em que os membros se concentram mais em suas próprias necessidades do que em como servir aos outros e glorificar a Deus.

Uma Perspectiva Integrada

Embora a psicologia ofereça ferramentas valiosas para lidar com questões emocionais e de saúde mental, é crucial que os cristãos avaliem essas abordagens à luz da Escritura. Uma perspectiva equilibrada deve incluir:

  • Integração: Buscar integrar princípios psicológicos que são saudáveis com a teologia bíblica, reconhecendo que a compreensão da condição humana é enriquecida pelo entendimento da criação divina e da queda.

  • Valorização da Comunidade: Promover um ambiente em que a cura e o crescimento emocional possam ser vivenciados na comunidade de fé, enfatizando o amor, a aceitação e o apoio mútuo, conforme ensinado por Cristo.

  • Redefinição da Identidade: Reafirmar que a verdadeira identidade não é apenas individual, mas é encontrada em Cristo. Isso implica aceitar o que a Bíblia diz sobre nós como filhos de Deus, trazendo uma nova perspectiva sobre autocontrole e aceitação.

Conclusão

A cultura da psicologia, embora traga contribuições significativas para a saúde mental, diverge em muitos aspectos dos princípios bíblicos. A integração entre a psicologia e a teologia bíblica resulta em uma compreensão mais profunda da condição humana, promovendo tanto o crescimento espiritual quanto emocional, desde que a centralidade da Palavra de Deus seja mantida em todas as áreas da vida. Essa abordagem permite que os cristãos vivam de acordo com a verdade divina, fundamentados em princípios eternos que orientam suas vidas e suas relações.

O Relativismo Moral e a Influência da Psicologia

O relativismo moral, que permeia diversas correntes culturais, incluindo a psicologia, frequentemente ignora a realidade do pecado e da necessidade de redenção, central na mensagem cristã. A ênfase em entender o comportamento humano através da lente da psicologia desvia a atenção da responsabilidade moral e do arrependimento, substituindo-os por explicações que tendem a desculpar ou justificar comportamentos considerados pecaminosos.

Sofrimento e Autoajuda

Além disso, muitos conceitos da cultura da psicologia abordam o sofrimento humano de uma forma que pode diluir a abordagem bíblica do sofrimento. A busca por técnicas de autoajuda e crescimento pessoal, por exemplo, pode sugerir que o indivíduo tem o poder de superar seus desafios sem uma dependência total em Deus. Isso contrasta com a Bíblia, que nos ensina que nossa verdadeira força vem de reconhecer nossa fraqueza e nossa necessidade de um Salvador (2 Coríntios 12:9-10).

Conclusão

Assim como a cultura do coaching, o evangelho progressista e a cultura Woke, a cultura da psicologia pode tentar reescrever ou reinterpretar a Bíblia para alinhar-se com os valores contemporâneos. Essa influência pode levar à adaptação da mensagem bíblica às necessidades temporais humanas, em vez de permanecer firme na verdade eterna de Deus. A verdadeira cura e transformação, segundo a Bíblia, não vêm da adaptação da verdade, mas da conformidade com a Sua vontade, que é boa, agradável e perfeita (Romanos 12:2).

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