Dons do Espírito Santo

“Sim, Sim, Não, Não!”

Trago à tona uma verdade muito profunda e crucial para o Corpo de Cristo. De fato, há uma enorme diferença entre examinar as Escrituras com temor e reverência ao Espírito Santo e estudá-las de maneira teológica, fria, apenas com a razão humana, sem o discernimento espiritual que vem de Deus. Quando nos afastamos do Espírito Santo na leitura e interpretação da Bíblia, caímos facilmente em ventos de doutrina que confundem e dividem o Corpo de Cristo, algo que o apóstolo Paulo já nos alertava.

Em 1 Coríntios 3:4-7, Paulo aborda a questão das divisões na igreja, onde uns diziam ser de Paulo e outros de Apolo (outros de Calvino ou Arminianos). Ele corrige essa mentalidade, lembrando que nem Paulo nem Apolo eram nada sem Deus. Quem faz crescer a semente da Palavra no coração é o Senhor, e não os homens. Quando colocamos nossa confiança em homens ou em interpretações que distorcem a verdade das Escrituras, nos afastamos do propósito divino, caindo em confusão semelhante à de Babel, onde a soberba levou à divisão e à dispersão (Gênesis 11).

O Espírito Santo é quem guia o entendimento correto da Palavra de Deus (João 16:13). Sem Ele, qualquer tentativa de interpretar as Escrituras por conta própria ou com base em nossa própria sabedoria falha e gera divisões, como as muitas que vemos entre os cristãos hoje — calvinistas, arminianos, e outras denominações que, muitas vezes, criam mais muros do que pontes. Isso não significa que o estudo teológico seja ruim, mas ele deve ser feito com profunda reverência, humildade e dependência do Espírito Santo, que é o único que pode nos revelar a verdade de forma pura e completa.

O perigo das doutrinas de homens está exatamente aí: ao acrescentarmos ou tirarmos algo da Bíblia, abrimos espaço para a confusão. Deus não é Deus de confusão (1 Coríntios 14:33). Quando algo é confuso, distorcido ou traz divisão sem edificação, é preciso discernir e rejeitar, pois isso não vem de Deus.

Portanto, é necessário que todo cristão, seja ele líder ou membro comum do Corpo de Cristo, se aproxime da Bíblia com temor e tremor, pedindo ao Espírito Santo que revele o entendimento correto. Devemos sempre nos lembrar de que, quando a interpretação de uma doutrina gera confusão, divisão ou orgulho, algo está errado. Afinal, Deus nos chamou para a unidade, e essa unidade só é possível pela obra do Espírito, que nos leva à verdade plena de Cristo.

Que possamos sempre nos lembrar de não confiar em doutrinas de homens, mas buscar com humildade e reverência a revelação que vem diretamente de Deus, tendo discernimento para identificar o que é de Deus e o que é fruto da soberba humana. Como diz o profeta Jeremias: “Maldito é o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço” (Jeremias 17:5).

Os dons são dados para edificação contínua da Igreja

Em 1 Coríntios 12-14, Paulo fala longamente sobre os dons espirituais e sua importância para a Igreja. Ele diz que os dons são dados para a edificação do corpo de Cristo (1 Coríntios 12:7). Não há nada nesses textos que limite os dons a um período específico, como a era apostólica. Pelo contrário, o propósito dos dons é o crescimento contínuo da Igreja, até que “todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus” (Efésios 4:13).

Promessa do Espírito e os dons são para todas as gerações

Em Atos 2:38-39, Pedro afirma: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós é a promessa, para vossos filhos, e para todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.” Aqui, o dom do Espírito é prometido para todos os que Deus chamar, sem qualquer limitação temporal.

O Fim dos Dons e o Retorno de Cristo

1 Coríntios 13:8-12 diz: “O amor nunca falha; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.” No entanto, no contexto, Paulo está falando sobre a perfeição que virá quando Jesus retornar (“quando vier o que é perfeito”, v. 10). O texto não sugere que os dons cessariam antes do retorno de Cristo, mas que continuarão até que vejamos “face a face” (v. 12), o que acontecerá na segunda vinda de Jesus.

Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre

Hebreus 13:8 declara: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente.” A operação dos dons do Espírito é uma extensão da obra de Cristo por meio da Igreja. Não há evidência bíblica clara de que Jesus tenha mudado a forma como capacita Seu povo. Seu poder e presença permanecem os mesmos ao longo dos séculos.

Exemplos do Novo Testamento após a era apostólica

Embora o Novo Testamento seja escrito durante a era dos apóstolos, vemos menções de dons espirituais sendo operados em várias igrejas gentílicas fora do círculo imediato dos apóstolos, como na Igreja em Corinto (1 Coríntios 12-14) e em Tessalônica (1 Tessalonicenses 5:19-20). Não há indicação de que esses dons fossem restritos aos apóstolos ou ao seu círculo imediato.

Conclusão:

Biblicamente, não há uma base clara para afirmar que os dons espirituais cessaram com a era apostólica. Pelo contrário, as Escrituras apontam para a continuidade dos dons até a segunda vinda de Cristo. A Igreja deve continuar buscando os dons espirituais, sempre para a edificação do corpo e para a glória de Deus.

As Obras de Cristo Jesus

Jesus disse que todos os que cressem n’Ele fariam as mesmas obras que Ele, e até maiores. Isso está claro em João 14:12, onde Jesus afirma:

“Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai.”

Essa promessa não foi limitada apenas aos apóstolos, mas a todos os que crerem em Jesus. O contexto do versículo está em um discurso mais amplo onde Jesus fala sobre a continuidade da obra de Deus através dos crentes, após Sua ascensão. Ele não restringe o poder do Espírito Santo ou os dons apenas aos apóstolos, mas promete que todos os que creem terão essa capacitação.

Outras passagens que confirmam isso:

  • Marcos 16:17-18: “E estes sinais acompanharão os que creem: em meu nome expulsarão demônios, falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal algum; imporão as mãos sobre os enfermos, e eles ficarão curados.”
    Aqui, Jesus não se refere apenas aos apóstolos, mas a todos os que creem.
  • Atos 2:17-18: No dia de Pentecostes, Pedro citou a profecia de Joel, dizendo: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e até sobre os meus servos e servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.”
    Isso também indica que o poder do Espírito Santo seria dado a todos os crentes, sem restrição.

Portanto, Jesus prometeu que todos os que cressem n’Ele teriam o poder de fazer as obras que Ele fez, porque o Espírito Santo estaria operando por meio deles. Isso não se limitava aos apóstolos, mas se estendia a todos os crentes ao longo da história da Igreja.

“Derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e as vossas filhas falarão da vontade de Deus com entendimento e discernimento espiritual, os vossos jovens receberão revelações divinas sobre o futuro ou sobre verdades espirituais, e os vossos velhos terão inspirações e revelações profundas durante o sono. E até sobre os meus servos e servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles falarão da verdade divina revelada.”

  • Profetizarão: falarão da vontade de Deus com entendimento e discernimento espiritual.
  • Visões: receberão revelações divinas sobre o futuro ou sobre verdades espirituais.
  • Sonharão: terão inspirações e revelações profundas durante o descanso.

Quando Jesus falou sobre derramar o Seu Espírito após a Sua ressurreição e ascensão, Ele estava se referindo ao envio do Espírito Santo para habitar e capacitar os Seus seguidores. Essa promessa está profundamente ligada ao papel do Espírito Santo na vida dos crentes, conforme visto em passagens como João 14:16-17 e Atos 1:8. O derramamento do Espírito Santo foi cumprido no dia de Pentecostes, como registrado em Atos 2, e esse evento marcou o início de uma nova era no relacionamento de Deus com a humanidade.

Derramamento do Espírito sobre “toda a carne”

A expressão “derramarei do meu Espírito sobre toda a carne” (Joel 2:28, citado em Atos 2:17) não significa que todo ser humano, independentemente de crer ou não, receberia o Espírito Santo de forma automática. “Toda a carne” refere-se à abrangência do derramamento, indicando que o Espírito seria derramado sobre pessoas de todas as nações, raças, idades e condições sociais — não limitado a um povo específico como os judeus.

Jesus abriu a porta para que tanto judeus quanto gentios pudessem receber o Espírito Santo. Esse derramamento é para “toda carne” no sentido de disponível a todos os que creem em Jesus Cristo. A própria passagem de Joel, quando interpretada à luz do Novo Testamento, aponta para a inclusão de diferentes grupos de pessoas na bênção do Espírito.

O Espírito Santo e os que creem

O Espírito Santo é derramado sobre aqueles que creem em Jesus Cristo. Esse princípio é claro em várias passagens:

  • João 7:37-39: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. Isto ele disse a respeito do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem.”
  • Atos 2:38-39: Pedro diz, “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e para vossos filhos, e para todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.”

Ou seja, o Espírito Santo é dado àqueles que, pela fé, recebem a mensagem do evangelho e crêem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. O derramamento sobre “toda a carne” significa que esse dom não seria limitado a um grupo exclusivo, mas seria acessível a qualquer pessoa no mundo que cresse.

Sobre a salvação

A salvação vem pela fé em Cristo, como ensina Efésios 2:8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.” O derramamento do Espírito é uma bênção para os crentes, um sinal da nova aliança que Deus faz com todos que confiam em Cristo.

Portanto, não é toda a humanidade que receberá o Espírito Santo automaticamente, mas sim aqueles que respondem com fé à mensagem do evangelho. O Espírito Santo capacita e transforma os que creem, dando-lhes nova vida e ajudando-os a viver em santidade de acordo com a vontade de Deus.

A santidade é, de fato, uma evidência da salvação. Na Bíblia, vemos que a santidade e a transformação de vida são sinais visíveis de que uma pessoa foi regenerada e transformada pela graça de Deus por meio de Jesus Cristo. Embora a salvação seja totalmente pela graça e não por nossas obras, a vida santificada (Frutos do Espírito) é o resultado natural dessa salvação.

A Bíblia ensina que aqueles que ouvem o Evangelho, creem em Jesus Cristo e O aceitam como Senhor e Salvador são selados com o Espírito Santo da promessa. Esse selo é um sinal de pertencimento a Deus e uma garantia da salvação futura. Isso está bem claro em Efésios 1:13-14:

“Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.”

Aqui, o Espírito Santo da promessa é aquele que Jesus prometeu enviar após Sua ascensão (como em João 14:16-17) e que habita permanentemente no crente, como um penhor (ou garantia) da herança eterna.

O que significa ser “selado”?

Ser selado com o Espírito Santo significa:

  1. Pertencimento: O selo mostra que o crente pertence a Deus. O Espírito Santo é uma marca de propriedade, mostrando que aqueles que creem em Cristo são de Deus.
  2. Segurança e proteção: O selo também fala de segurança e garantia de salvação. O Espírito Santo é a garantia de que a obra que Deus começou na vida de uma pessoa será completada (Filipenses 1:6).
  3. Penhor da herança: O Espírito Santo é a antecipação da vida eterna e das bênçãos futuras que o crente experimentará em sua totalidade na presença de Deus (Em Perfeição, Face a Face).

Os Dons do Espírito

Além do selo, o Espírito Santo concede dons espirituais aos crentes, conforme a vontade de Deus, para edificar a Igreja e cumprir o propósito do Reino. Esses dons são distribuídos de maneira soberana pelo Espírito, como vemos em 1 Coríntios 12:4-11:

“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo… Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas essas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um individualmente.”

Isso significa que cada crente pode receber diferentes dons espirituais, conforme o Espírito Santo quiser conceder. Esses dons incluem sabedoria, fé, cura, profecia, ensino, falar em línguas entre outros, e são dados para o bem comum e para o serviço no Corpo de Cristo.

O selo do Espírito Santo é uma promessa fiel de Deus e um presente para todo aquele que verdadeiramente crê em Jesus Cristo.

Aqueles que creem no Evangelho e são selados com o Espírito Santo da promessa podem receber dons espirituais conforme a vontade do próprio Espírito. Esse selo é um sinal da pertença a Deus e da habitação do Espírito Santo no crente, e Ele distribui os dons de acordo com o propósito divino. Esses dons são dados para edificar a Igreja e ajudar no cumprimento da missão de Deus. A ideia central é que os dons espirituais são concedidos não por mérito ou por esforço humano, mas pela vontade soberana do Espírito Santo.

Quais são os dons espirituais?

A Bíblia lista vários dons espirituais que o Espírito Santo pode conceder aos crentes, e esses dons aparecem em diferentes passagens. Alguns dos principais dons mencionados são:

  1. Dom de profecia: A capacidade de comunicar a verdade de Deus de maneira inspirada e trazer revelações claras da Sua vontade. (1 Coríntios 12:10; 14:1)
  2. Dom de línguas: A habilidade de falar em línguas desconhecidas ou espirituais, que podem edificar o crente ou a congregação quando interpretadas. (1 Coríntios 12:10; 14:2-5)
  3. Dom de interpretação de línguas: A capacidade de interpretar o que foi falado em línguas, para edificação de todos. (1 Coríntios 12:10)
  4. Dom de discernimento de espíritos: A capacidade de discernir se uma manifestação espiritual vem de Deus, do homem ou de espíritos malignos. (1 Coríntios 12:10)
  5. Dom de cura: A capacidade de ser um instrumento através do qual Deus cura os doentes, seja física, emocional ou espiritualmente. (1 Coríntios 12:9)
  6. Dom de operação de milagres: A capacidade de realizar atos extraordinários de poder, pela intervenção direta de Deus. (1 Coríntios 12:10)
  7. Dom de fé: Não a fé salvífica, mas uma fé extraordinária que permite ao crente confiar em Deus para realizar grandes obras e vencer grandes obstáculos. (1 Coríntios 12:9)
  8. Dom de sabedoria: A habilidade de aplicar a verdade bíblica de maneira prática e sábia às situações da vida. (1 Coríntios 12:8)
  9. Dom de conhecimento: A capacidade de receber e compreender revelações divinas sobre verdades espirituais ou eventos futuros. (1 Coríntios 12:8)
  10. Dom de ensino: A habilidade de explicar e interpretar as Escrituras de maneira clara e eficaz, para o crescimento espiritual dos ouvintes. (Romanos 12:7; Efésios 4:11)
  11. Dom de liderança ou administração: A capacidade de liderar e organizar a Igreja e seus ministérios de maneira eficiente. (Romanos 12:8)
  12. Dom de misericórdia: A capacidade de demonstrar compaixão genuína por aqueles que sofrem e oferecer ajuda com amor e cuidado. (Romanos 12:8)
  13. Dom de serviço: A disposição de servir aos outros com humildade e dedicação, atendendo às necessidades práticas dentro da Igreja. (Romanos 12:7)

Distribuição dos dons

Conforme 1 Coríntios 12:11, o Espírito Santo distribui esses dons “a cada um, como quer”. Isso significa que cada crente pode receber dons diferentes, dependendo do propósito que Deus tem para a sua vida e para o benefício do Corpo de Cristo. Não são todos os crentes que receberão os mesmos dons, e nem todos são chamados a operar de maneira extraordinária, como no caso dos dons de milagres ou línguas, mas todos os dons são para edificação da Igreja.

A relação entre os dons e a santidade

É importante observar que os dons espirituais não estão diretamente ligados ao nível de santidade ou maturidade do crente. Os dons são dados pela graça de Deus, e não por mérito humano. No entanto, a maturidade espiritual e a compreensão correta das Escrituras são importantes para usar os dons de maneira responsável e para discernir o que é realmente inspirado por Deus.

Profecia e a revelação das Escrituras

O dom de profecia também está ligado à revelação correta das Escrituras. No Novo Testamento, a profecia envolve não apenas previsões futuras, mas também a declaração inspirada da verdade de Deus. Hoje, ela pode ser vista como a pregação fiel e a aplicação da Palavra de Deus, que traz discernimento e clareza ao povo de Deus sobre Sua vontade.

Resumo

  • Aqueles que creem no Evangelho e são selados com o Espírito Santo podem receber dons espirituais conforme a soberana decisão do Espírito Santo.
  • Os dons incluem cura, profecia, discernimento, ensino, línguas, sabedoria, entre outros, e são concedidos para edificação do Corpo de Cristo.
  • Os dons não estão necessariamente ligados ao nível de santidade, mas devem ser usados com responsabilidade, à luz da verdade das Escrituras.
  • O Espírito Santo distribui os dons como Ele deseja, para cumprir o propósito de Deus na vida dos crentes e da Igreja.

Isso mostra que o Espírito Santo continua ativo na vida dos crentes, capacitando-os a servir e glorificar a Deus em várias maneiras, conforme a Sua vontade e plano para a Igreja.

Esta reflexão está bem alinhada com o ensino bíblico acerca dos dons do Espírito Santo e o papel que cada crente tem dentro do Corpo de Cristo. Na Bíblia, fica claro que os dons espirituais não se limitam a apenas um dom, como o de línguas, e que o Espírito Santo concede esses dons segundo Sua vontade para diferentes propósitos na Igreja.

O Selo do Espírito Santo e os Dons

Quando uma pessoa crê no Evangelho e é selada com o Espírito Santo (Efésios 1:13-14), isso não significa automaticamente que ela vai falar em línguas. O selo do Espírito Santo é um garantidor da salvação, uma marca de pertencimento a Deus, e não está limitado à evidência de falar em línguas. A Bíblia não ensina que o selo do Espírito é demonstrado apenas por esse dom específico. Em 1 Coríntios 12:30, Paulo faz uma pergunta retórica: “Todos falam em línguas?”, indicando que nem todos os crentes possuem o dom de línguas.

Diversidade dos Dons Espirituais

A passagem de 1 Coríntios 12 deixa claro que há uma diversidade de dons espirituais, e todos são importantes para a edificação do Corpo de Cristo. Dons como profecia, ensino, cura, discernimento, sabedoria e muitos outros são distribuídos pelo Espírito Santo conforme o plano de Deus para cada crente. O dom de línguas é um desses dons, mas não é o único nem a evidência obrigatória do selo do Espírito.

Inclinação para Diferentes Dons

O crente pode sentir uma inclinação para certos dons, como o ensino, exortação, ou até mesmo para ministérios específicos. Isso é uma forma de o Espírito Santo orientar o crente para a área onde ele ou ela pode ser mais útil dentro do Corpo de Cristo. Romanos 12:6-8 nos exorta a usar os dons conforme a graça recebida:

  • Se profecia, seja segundo a fé.
  • Se serviço, que sirvamos.
  • Se ensino, que haja dedicação ao ensino.
  • Se exortar, que seja feito com ânimo.
  • E assim por diante.

Isso mostra que Deus usa os dons de maneiras diferentes, e nem todos os crentes receberão o dom de línguas. Cada um tem sua função no Corpo de Cristo, e os dons são distribuídos para que a Igreja funcione de maneira saudável e edificante.

O Dom de Apostolado

Os apóstolos originais foram, de fato, testemunhas oculares da ressurreição de Cristo e tiveram um papel único na fundação da Igreja (Efésios 2:20). No entanto, na Igreja hoje, alguns podem ser chamados ao ministério apostólico no sentido de serem enviados para abrir novas igrejas ou desenvolver novos ministérios, mas não com a mesma autoridade dos apóstolos do Novo Testamento.

Profetizar e Ensinar as Escrituras

O dom de profecia no Novo Testamento tem também um papel de exortação, edificação e consolação (1 Coríntios 14:3). Isso pode incluir a proclamação da Palavra de Deus de forma inspirada, o que você mencionou como revelar o que já está nas Escrituras. Nesse sentido, o crente com o dom de profecia pode trazer à luz verdades da Bíblia de maneira que edifique e exorte a Igreja.

Conclusão

Os dons do Espírito Santo não se limitam ao dom de línguas. O Espírito distribui os dons conforme Sua vontade, para que o Corpo de Cristo seja edificado. O selo do Espírito é um marco de salvação, e cada crente pode receber qualquer dos dons espirituais, dependendo do plano de Deus para sua vida. É essencial que cada crente esteja atento à direção do Espírito e use o dom que recebeu para servir e edificar a Igreja, seja por meio de ensino, exortação, serviço, profecia, cura, ou qualquer outro dom.

Os dons são variados, e o propósito final é glorificar a Deus e fortalecer a Igreja.

Essa reflexão toca em pontos profundos sobre o papel dos dons espirituais na Igreja e a visão cessacionista. De fato, o cessacionismo sustenta que certos dons extraordinários, como profecia, línguas e curas, eram destinados exclusivamente ao tempo dos apóstolos e à fundação da Igreja, e que cessaram após essa fase inicial. No entanto, como você apontou, essa posição enfrenta dificuldades ao lidar com passagens bíblicas que falam da contínua operação do Espírito Santo em todo o Corpo de Cristo.

O Evangelho do ‘Ide’ e a Ação do Espírito

O que menciono sobre o “Evangelho do Ide” (Mateus 28:19) é um ponto central. A Grande Comissão nos chama a ir por todo o mundo e fazer discípulos. O Espírito Santo opera não apenas dentro das quatro paredes de uma igreja local, mas em todo o Corpo de Cristo, à medida que este se move em obediência à ordem de Jesus. O Espírito impulsiona os crentes a agirem, levando a Palavra, servindo, ensinando e utilizando os dons espirituais para edificação da Igreja e expansão do Reino de Deus.

Os dons não se limitam ao contexto de culto ou organização da igreja. Eles são dados para a edificação da Igreja universal em sua missão no mundo. O Espírito Santo atua conforme a necessidade da Igreja em diferentes momentos e contextos, distribuindo dons para servir ao propósito do Reino.

Os Dons do Espírito e a Organização da Igreja

É compreensível que, para manter a ordem no culto e na prática eclesiástica, algumas denominações busquem estabelecer diretrizes mais rígidas. Isso ocorre especialmente em resposta a excessos ou abusos, que podem ocorrer quando os dons são mal compreendidos ou aplicados de forma desordenada. Paulo tratou dessa questão em 1 Coríntios 14, ao ensinar que os dons devem ser usados com ordem e decência, para que a Igreja seja edificada de maneira saudável.

Contudo, esse cuidado não significa que os dons devam ser negados ou suprimidos. Os dons são necessários para a edificação da Igreja (Efésios 4:11-13), e não há base sólida para afirmar que eles cessaram. A ausência de um dom específico, como línguas ou profecia, em um grupo ou contexto particular, não significa que o Espírito Santo não esteja mais atuando de maneira extraordinária.

Joel e o Derramamento do Espírito

A passagem de Joel 2:28-29, que foi confirmada em Atos 2 no Pentecostes, fala claramente do derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne, não apenas sobre os apóstolos, mas sobre filhos, filhas, servos e servas. Esse derramamento trouxe uma diversidade de dons, como profecias, visões e sonhos, que continuam a ser relevantes para a vida da Igreja.

Os cessacionistas enfrentam dificuldades em interpretar essa passagem dentro de sua visão, já que o texto indica que o Espírito seria derramado sobre todos, e não apenas sobre uma geração limitada no tempo dos apóstolos. Isso pode ser uma omissão ao lidar com essas promessas claras das Escrituras, que ainda estão em vigor até que vejamos “face a face” (1 Coríntios 13:12) — ou seja, quando estivermos na eternidade.

O Papel dos Dons na Edificação e Santificação

Os dons do Espírito Santo, como discernimento, ensino, cura, profecia e tantos outros, são instrumentos que Deus usa para edificar a Igreja, trazendo clareza à Palavra, corrigindo erros, e levando os crentes a uma vida mais próxima de Deus. A santidade é o objetivo final, à medida que o Espírito Santo trabalha nos crentes para conformá-los à imagem de Cristo.

O dom de profecia é um exemplo crucial. Não se trata apenas de previsões futuras, mas de uma clareza sobre a verdade de Deus, que ajuda a alinhar a Igreja com Sua vontade. O profeta é movido pelo Espírito Santo para corrigir, exortar e edificar o Corpo de Cristo. Da mesma forma, os dons de ensino, discernimento e cura são essenciais para fortalecer a fé dos crentes e levá-los à maturidade espiritual.

A Necessidade Contínua dos Dons

Vivemos em um mundo que “jaz no maligno” (1 João 5:19), e por isso, a necessidade dos dons espirituais continua até hoje. A Igreja precisa de homens e mulheres capacitados pelo Espírito Santo para resistir aos “ventos de doutrina” (Efésios 4:14), discernir o erro e proclamar a verdade com sabedoria e clareza. Os dons espirituais são, portanto, vitais para que a Igreja continue sua missão de ser sal e luz no mundo (Mateus 5:13-14).

Conclusão

O Espírito Santo continua a operar de maneira poderosa na Igreja, distribuindo dons conforme Sua vontade. O cessacionismo, ao negar a continuidade de certos dons, acaba enfraquecendo a compreensão da obra contínua do Espírito no Corpo de Cristo. Os dons são dados para a edificação, correção, cura e crescimento espiritual da Igreja, que ainda vive em um mundo necessitado da ação poderosa de Deus.

Como disse, os dons são para que possamos discernir, ensinar e exortar uns aos outros, para que a Igreja de Cristo seja santificada e preparada para a vida eterna. É um chamado contínuo ao “Ide” e ao “fazer discípulos”, operando em santidade e fé, enquanto o Espírito nos capacita com Seus dons.

Buscar Comunidades Independentes e não Denominacionais

Algumas igrejas independentes ou não denominacionais mantêm uma postura continuacionista e buscam um equilíbrio entre a prática dos dons e a doutrina bíblica sólida. Elas podem ser uma boa opção para quem quer evitar os extremos de algumas tradições carismáticas e pentecostais, enquanto ainda valorizam a operação dos dons espirituais.

Independente de denominação, um caminho importante é o crescimento espiritual pessoal, buscando discernimento e sabedoria diretamente nas Escrituras, guiado pelo Espírito Santo. Para quem deseja experimentar e viver os dons espirituais em sua plenitude, uma vida de oração, jejum e comunhão profunda com Deus é fundamental.

“A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se da corrupção do mundo”. Aqui, ele nos chama a uma prática de fé que reflete o amor e a pureza, mostrando que a verdadeira espiritualidade é vivida em atos de bondade e integridade moral. (Tiago 1:27)

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, nada seria” (1 Coríntios 13:1).

O Trabalho Contínuo de Deus

Quando Jesus disse que Ele e o Pai estavam trabalhando, Ele se referia a um trabalho que não cessou com a conclusão da obra redentora na cruz. O plano de Deus abrange não apenas a criação e a redenção, mas também a continuação da Sua obra no mundo. A obra de Deus se desdobra em diferentes esferas, incluindo a regeneração dos corações, o ensino da verdade e a edificação da Igreja.

O Significado do “Hoje”

O “hoje” mencionado por Jesus indica que a atuação de Deus não é uma questão do passado, mas uma realidade presente. O Pai e o Filho estão envolvidos ativamente na vida dos crentes e na história da humanidade. O Espírito Santo é o agente ativo dessa obra contínua, guiando, confortando, e capacitando os crentes a viverem em obediência e testemunho.

O Papel do Espírito Santo

Após a ascensão de Jesus, o Espírito Santo foi enviado para continuar a obra de Cristo (João 16:7). Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8) e também edifica a Igreja, distribuindo os dons espirituais necessários para cumprir a missão de Cristo na Terra. A atuação do Espírito Santo é essencial para o crescimento espiritual e a transformação dos crentes.

O Cumprimento das Escrituras

Embora o Velho e o Novo Testamento tenham sido cumpridos em Cristo, isso não significa que não há mais trabalho a ser feito. O cumprimento das Escrituras se refere à realização das promessas de Deus, especialmente na pessoa de Jesus, mas as implicações dessa obra ainda estão em desenvolvimento. A Igreja é chamada a viver essa verdade, a ser o corpo de Cristo no mundo, a anunciar o evangelho e a promover a justiça e a verdade.

A Continuidade da Missão

A obra de Deus continua através da Igreja. O chamado para fazer discípulos (Mateus 28:19-20) é uma comissão que ainda está em vigor. Os crentes são convocados a ser sal e luz (Mateus 5:13-14), refletindo o caráter de Cristo em suas vidas. O trabalho de Deus se manifesta na vida prática dos crentes — através de atos de amor, compaixão e serviço.

O Esforço e a Esperança Finais

Além disso, a expectativa da volta de Cristo não significa que a obra do Espírito Santo parou. Em vez disso, vivemos na tensão entre o “já” e o “ainda não”. Já somos redimidos e temos a esperança da glorificação futura, mas ainda enfrentamos desafios, opressões e a necessidade de evangelização no mundo. O trabalho de Deus continua até que todas as coisas sejam restauradas em Cristo (Efésios 1:10).

Conclusão

Portanto, a afirmação de Jesus sobre o trabalho contínuo do Pai e do Filho reafirma a realidade de que a missão de Deus está longe de ser concluída. O Espírito Santo ainda está atuante, capacitando a Igreja e cada crente a participar dessa obra. O chamado é para que, sob a liderança do Espírito, continuemos a viver e a anunciar o evangelho, sabendo que Deus ainda está operando ativamente em nós e através de nós. A missão não apenas persiste, mas é essencial para a manifestação do Reino de Deus na Terra.

Uma questão central da vida cristã: “Sem santidade, ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14). A santidade é o fruto de uma vida transformada, e é isso que autentica os dons espirituais. Os dons, por si só, são ferramentas que Deus nos concede, mas não garantem salvação ou evidenciam uma verdadeira transformação de coração.

Jesus advertiu sobre aqueles que operam em dons poderosos, mas que não têm santidade genuína. Em Mateus 7:22-23, Ele diz: “Muitos, naquele dia, me dirão: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal!” Isso demonstra que operar dons, mesmo sobrenaturais, sem uma vida em conformidade com a vontade de Deus, não tem valor eterno.

Os dons devem nos conduzir a uma vida de santidade, não para exaltar o indivíduo, mas para glorificar a Deus. Quando os dons são usados para vanglória pessoal, eles se tornam vazios e sem propósito no Reino de Deus. É a santidade, a separação do pecado e a dedicação a Deus, que mostra que esses dons estão sendo usados para edificar e não para corromper.

Por isso, a santidade é como o selo de autenticidade sobre os dons. Sem santidade, os dons se tornam um sinal de julgamento em vez de bênção. Um crente pode receber dons, mas se ele não estiver convertido verdadeiramente a Cristo, vivendo em obediência, esses dons serão inúteis no juízo final.

A verdadeira transformação começa no coração, e os frutos dessa transformação se manifestam na santidade. Como disse, “pelos frutos os conhecereis” (Mateus 7:16). É importante lembrar que Deus nos dá os dons para que possamos crescer em santidade e também ajudar a igreja a crescer. Sem o caráter moldado pelo Espírito Santo, os dons são apenas aparências de poder.

Que possamos buscar, acima de tudo, uma vida de santidade que autentica os dons e nos mantém na vontade de Deus.

A relação entre fé e obras, assim como entre dons e santidade, é essencial para compreender a vida cristã. Quando Tiago diz: “A fé sem obras é morta” (Tiago 2:17), ele está reforçando que a verdadeira fé sempre se manifesta em ações concretas. Assim também, Paulo nos ensina a buscar com zelo os melhores dons (1 Coríntios 12:31), mas dons sem santidade são tão mortos quanto a fé sem obras.

Assim como a fé precisa de obras para ser viva e eficaz, os dons espirituais necessitam de santidade para serem validados. Um dom que não está acompanhado de uma vida de pureza, obediência e comunhão com Deus perde seu propósito. Jesus nos ensina que não adianta praticar grandes obras e manifestar dons poderosos se o coração não estiver verdadeiramente rendido a Deus. Isso é um chamado sério para nós, porque uma vida exteriormente “poderosa” pode esconder uma falta de compromisso interior com a santidade.

Os dons são, sem dúvida, importantes para edificar a igreja, mas Paulo também coloca a santidade como a base de tudo. Ele nos exorta em Romanos 12:1 a apresentar nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, o que é o nosso culto racional. Ou seja, antes de qualquer manifestação de poder, é preciso haver uma entrega completa e santa a Deus.

Da mesma forma que Tiago reforça que obras são o fruto da fé verdadeira, a santidade é o fruto dos dons verdadeiros. Ela é a evidência de que o Espírito Santo está operando não apenas através do crente, mas também dentro dele, transformando seu caráter à imagem de Cristo. Quando Paulo fala sobre procurar os melhores dons, ele também nos lembra que o amor – um fruto da santidade – é o maior de todos. Sem amor, sem santidade, os dons são como “sino que ressoa ou como prato que retine” (1 Coríntios 13:1).

Portanto, o verdadeiro poder está na união da fé viva e os dons com a santidade que refletem o caráter de Deus. Tanto o querer quanto o realizar vem diretamente do Espirito Santo, que nos capacita nessa jornada de transformação do nosso coração!

A limitação do nosso Entendimento e Percepção

1 Coríntios 13:8-13 (Almeida Revista e Corrigida):

8 O amor nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

Paulo usa a metáfora do “espelho em enigma” para descrever a limitação do nosso entendimento e percepção das coisas espirituais nesta vida, em contraste com o conhecimento pleno que teremos na eternidade, quando estivermos na presença de Deus. Ora, o “espelho em enigma” reflete a nós mesmos enquanto que “face a face” somos nós olhando diretamente para Deus. Definitivamente a humanidade nunca chegará a perfeição aqui na terra. Mesmo com o Velho e o Novo Testamento sendo finalizados ainda estamos “presos” neste corpo carnal, limitados e sem conseguir decifrar o enigma de Deus!

O “ver como por espelho, obscuramente” se refere ao fato de que, neste mundo, nosso conhecimento de Deus, Sua vontade e Seu plano ainda é parcial e imperfeito. Isso significa que nosso entendimento atual das coisas divinas, embora baseado na revelação (Velho e Novo Testamentos), ainda é limitado e não completo.

Já o “ver face a face” é uma referência à revelação plena e direta de Deus, algo que só acontecerá quando estivermos na presença de Deus na eternidade, após o retorno de Cristo. Nesse futuro estado, veremos a Deus diretamente, sem as limitações e obscuridades que enfrentamos agora. Será um conhecimento claro, direto, completo — um conhecimento que nos faltará enquanto vivermos neste mundo.

Ambos os testamentos fazem parte da revelação de Deus, mas, enquanto estamos neste mundo, ainda conhecemos apenas em parte, mesmo com a revelação das Escrituras.

Conclusão: O enigma é a nossa limitação humana para compreender plenamente as coisas de Deus enquanto vivemos neste mundo. O encontro “face a face” será quando estivermos na glória com Deus, sem as barreiras do pecado e da limitação humana.

Paulo está mostrando que todos os dons espirituais, embora importantes para a edificação da Igreja, são temporários. Eles são limitados e, no final, desaparecerão quando “o que é perfeito” vier. Esse “perfeito” se refere ao retorno de Cristo e à completa restauração de todas as coisas. Nesse estado perfeito, não precisaremos mais de dons como profecias ou línguas, porque veremos e conheceremos a Deus plenamente.

O amor, por outro lado, é eterno. Ele continuará mesmo na vida eterna, e por isso Paulo conclui que, dentre a fé, esperança e amor, o maior desses é o amor, pois ele nunca cessará.

A passagem de 1 Coríntios 13:12 é profundamente rica em significado e está situada no famoso “Capítulo do Amor” (1 Coríntios 13), onde Paulo descreve o amor ágape, o amor incondicional de Deus e a importância desse amor acima de todos os dons espirituais. No versículo 12, ele usa a metáfora do espelho para ilustrar a diferença entre nossa percepção limitada nesta vida e a plena revelação que teremos na eternidade.

“Agora vemos como por espelho, em enigma”

Nos tempos antigos, especialmente no contexto de Corinto, os espelhos não eram como os que usamos hoje. Eles eram feitos de metal polido, geralmente bronze, e ofereciam reflexos distorcidos e imperfeitos. Diferentemente dos espelhos modernos, que refletem imagens claras e nítidas, os espelhos de bronze apenas sugeriam as formas, de maneira imprecisa e turva.

Quando Paulo diz que “agora vemos como por espelho”, ele está afirmando que nossa compreensão das coisas espirituais e do próprio Deus é parcial e limitada enquanto vivemos nesta vida terrena. Estamos apenas vislumbrando a realidade celestial e divina de forma fragmentada, como se tentássemos entender algo através de um reflexo borrado.

A palavra “enigma” (no original grego “ainigma”) reforça essa ideia de algo que não é claro ou totalmente compreensível. Nossa visão espiritual, portanto, é como um quebra-cabeça incompleto, que só faz sentido parcialmente. Isso não significa que não possamos conhecer a Deus de maneira significativa agora, mas nosso conhecimento é, em grande parte, indireto e mediado (O Filho).

“Mas então veremos face a face”

Paulo aponta para uma gloriosa promessa: o dia em que veremos Deus “face a face”. Essa expressão remete ao encontro direto e sem barreiras com o próprio Senhor, onde todas as dúvidas e confusões serão removidas, e veremos a verdade de maneira completa. Na teologia cristã, esse momento ocorre na vida eterna, na presença de Deus, quando seremos completamente transformados.

“Face a face” também carrega uma carga de intimidade. No Antigo Testamento, ver a face de Deus era algo impossível para o ser humano na sua condição caída, pois “ninguém pode ver a face de Deus e viver” (Êxodo 33:20). Entretanto, Paulo afirma que na eternidade, essa barreira será rompida, e conheceremos Deus de forma pessoal, direta e plena. Não mais através de símbolos, sacramentos ou vislumbres, mas em comunhão total.

“Agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido”

Aqui Paulo faz um contraste entre o conhecimento parcial que temos agora e o conhecimento pleno que teremos no futuro. Ele admite que, mesmo sendo um apóstolo cheio do Espírito Santo, sua compreensão das realidades divinas é limitada. Ele “conhece em parte” – ou seja, vê apenas fragmentos da verdade, como nós também.

No entanto, ele aponta para o futuro glorioso em que conheceremos “como também sou conhecido”. Esta é uma declaração profunda, pois indica que no futuro nossa compreensão de Deus será tão clara e profunda quanto o conhecimento que Deus tem de nós agora. Deus nos conhece plenamente, em nossos pensamentos, intenções e coração. No céu, nossa capacidade de conhecer será transformada, e entenderemos o mistério divino com a mesma profundidade e clareza que Deus nos entende.

Reflexões teológicas

Essa passagem é um lembrete poderoso de que a vida cristã envolve tanto a expectativa quanto a humildade. Agora, estamos em um estado de aprendizado contínuo, crescendo no conhecimento de Deus, mas reconhecendo que nossas percepções são limitadas. O cristão vive pela fé, sabendo que nem todas as respostas serão claras nesta vida. A fé e o amor são essenciais nesse caminhar.

Porém, essa realidade incompleta aponta para um destino glorioso. O futuro que Paulo descreve é aquele de plenitude, onde todo o mistério será revelado, e toda limitação será removida. A vida eterna com Deus não será apenas uma continuação do que temos agora, mas uma transformação completa, uma revelação total da glória divina.

Aplicação prática

Em termos práticos, essa passagem nos ensina a viver com humildade em relação ao nosso conhecimento, especialmente nas questões espirituais. Embora possamos estudar, meditar e buscar entendimento, precisamos aceitar que nossa visão é limitada nesta vida. Por isso, devemos sempre nos apegar à fé e à confiança em Deus, que conhece todas as coisas.

Essa verdade também nos incentiva a ter paciência em relação às nossas dúvidas e incertezas. Deus nos promete uma revelação completa na eternidade. Não precisamos entender tudo agora, pois vivemos na esperança de um futuro em que tudo será plenamente conhecido.

Por fim, essa passagem nos aponta para a centralidade do amor. No próprio contexto de 1 Coríntios 13, Paulo está destacando que, enquanto os dons espirituais são temporários e úteis neste mundo, o amor é eterno. Ele sobrevive além desta vida e será a base do nosso relacionamento com Deus na eternidade. Por isso, mesmo que vejamos como “por um espelho”, nossa caminhada deve ser marcada pelo amor que reflete o caráter de Cristo.

Assim, enquanto aguardamos o dia em que veremos “face a face”, vivamos em confiança no amor de Deus, sabendo que um dia o conheceremos plenamente, como somos conhecidos por Ele.

Portanto, enquanto estivermos nesta vida, os dons do Espírito continuam necessários e operantes, porque ainda vivemos em um mundo caído, e o Espírito Santo continua a atuar no meio de nós para edificar a Igreja, guiar os crentes e glorificar a Deus. O verdadeiro cessar dos dons virá apenas na eternidade, quando o “perfeito” de fato se manifestar em sua totalidade: a presença eterna de Deus com Seu povo.

O Perigo de Negar os Dons

  1. Poder e Eficácia do Espírito: O Espírito Santo é descrito nas Escrituras como o agente ativo de Deus na Terra, capacitando os crentes a cumprir a missão da Igreja (Atos 1:8). Negar a eficácia dos dons do Espírito é, portanto, uma negação da capacidade do Espírito de agir através de nós, o que poderia ser considerado um desprezo por Sua obra.
  2. Os Dons Como Parte da Vida Cristã: Os dons espirituais são apresentados em várias passagens do Novo Testamento, como em 1 Coríntios 12 e Efésios 4, como essenciais para a edificação da Igreja.
  3. O Pecado de Morte: O conceito de “pecado de morte” refere-se a ações que se afastam da verdade e da graça de Deus, levando a uma separação definitiva da comunhão com Ele. Se alguém estiver afirmando que o Espírito Santo não opera mais, pode estar se colocando em risco de afastar-se da verdade de Deus e, assim, da vida espiritual.

Se os dons extraordinários cessaram, como a Igreja seria equipada para cumprir sua missão e crescer em unidade e amor?

Conclusão

Portanto, afirmar que alguns dons do Espírito cessaram não é apenas uma questão teológica; pode ter profundas implicações espirituais e práticas. É crucial que cada crente busque a orientação do Espírito Santo na interpretação das Escrituras e na compreensão da obra de Deus em suas vidas e na Igreja. É saudável e necessário debater e discutir essas questões, mas sempre com respeito à obra do Espírito e ao que a Bíblia revela sobre Ele.

É essencial lembrar que, independentemente de nossas convicções, devemos buscar sempre a verdade em amor e nos esforçar para viver em comunhão com Deus e uns com os outros, permitindo que o Espírito Santo atue livremente em nossas vidas.

Efésios 4:11-13

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé…”

Romanos 12:6-8

“Tendo, porém, diferentes dons, conforme a graça que nos é dada, se é profecia, seja segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino…”

Ao considerar tanto o Velho quanto o Novo Testamento, encontramos uma ênfase na continuidade dos dons, na liberdade da escolha humana e na universalidade da salvação para todos que crêem. É fundamental que cada cristão busque entendimento e discernimento nas Escrituras, como os bereianos, para formar suas próprias convicções à luz da verdade divina.

Dons de Revelação

  • Palavra de Sabedoria: Habilidade de aplicar conhecimento divino e fazer decisões sábias em situações específicas.
  • Palavra de Conhecimento: Entendimento sobrenatural de verdades espirituais ou conhecimento acerca de situações específicas.
  • Discernimento de Espíritos: Capacidade de distinguir entre espíritos bons e maus, discernindo a origem das manifestações espirituais.

Dons de Poder

  • : Uma confiança especial em Deus que resulta em ações poderosas.
  • Dons de Curar: Habilidade sobrenatural de curar doenças e aflições.
  • Operação de Maravilhas: Capacidade de realizar feitos extraordinários e milagrosos.

Dons de Fala

  • Profecia: Falar a mensagem de Deus, que pode incluir encorajamento, exortação ou advertência.
  • Diversas Línguas: Habilidade de falar em idiomas desconhecidos, que pode ser usado para edificação pessoal ou como um sinal.
  • Interpretação de Línguas: Capacidade de entender e interpretar as línguas faladas em um contexto de adoração ou comunicação espiritual.

Dons Ministeriais

  • Apóstolo: Função de ser um mensageiro enviado, muitas vezes relacionado ao estabelecimento de novas igrejas.
  • Profeta: Função de trazer a palavra de Deus ao povo, muitas vezes envolvendo a predição de eventos futuros.
  • Evangelista: Capacidade de compartilhar o evangelho de maneira eficaz e de levar pessoas à fé em Cristo.
  • Pastor: Cuidado e orientação espiritual da comunidade, com o papel de guiar e proteger a Igreja.
  • Mestre: Ensino e explicação das verdades da Palavra de Deus, ajudando os outros a crescerem na fé.

Outros Dons Mencionados

Além desses dons mais amplamente reconhecidos, outras passagens mencionam habilidades específicas, como:

  • Serviço: Capacidade de servir aos outros, muitas vezes de forma prática e humilde.
  • Contribuição: Dado para dar generosamente, apoiando financeiramente a obra de Deus e as necessidades dos outros.
  • Liderança: Habilidade de guiar e administrar, liderando outros em direção a um objetivo espiritual.
  • Misericórdia: Capacidade de mostrar compaixão e empatia para com os necessitados.

Passagens que Abordam os Dons

  • 1 Coríntios 12:4-11: Listagem dos dons e seu propósito no corpo de Cristo.
  • Efésios 4:11-13: Dons ministeriais e seu objetivo de edificação da Igreja.
  • Romanos 12:6-8: Menção de dons de serviço, contribuição, liderança e misericórdia.

Experiência Contemporânea: Relatos de experiências contemporâneas de dons espirituais (como cura, profecia e línguas) são apresentados como evidência de que esses dons ainda estão operando.

Considerações Finais

Os dons do Espírito Santo são dados para edificação da Igreja e para cumprir a missão de Deus na terra. Cada crente é encorajado a buscar o seu dom e utilizá-lo para o bem comum, contribuindo para a saúde e o crescimento espiritual da comunidade de fé.

Muitos acreditam que os dons espirituais descritos no Novo Testamento, como profecias, línguas e curas, continuam ativos e presentes na Igreja até hoje. Para apoiar essa posição, várias passagens bíblicas indicam que esses dons não cessaram com a era apostólica, mas ainda são dados pelo Espírito Santo.

Aqui estão 30 passagens com breves explicações:

PassagemExplicação
1 Coríntios 12:4-11Fala sobre a variedade de dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo, como profecia, curas, e línguas, sugerindo que esses dons são distribuídos “como Ele quer”, sem limite temporal.
1 Coríntios 12:28-31Descreve a estrutura da igreja, mencionando apóstolos, profetas e outros dons, sem indicar que alguns desses dons seriam retirados após o período apostólico.
1 Coríntios 13:8-10Embora diga que os dons como profecia e línguas cessarão, a passagem afirma que isso ocorrerá “quando vier o que é perfeito” (entendido como a volta de Cristo, não como a conclusão do cânon bíblico).
1 Coríntios 14:1Paulo encoraja os crentes a buscar com zelo os dons espirituais, especialmente o de profetizar, sem sugerir que esses dons cessariam em breve.
1 Coríntios 14:39Paulo manda que os crentes “não impeçam o falar em línguas”, indicando que ele não esperava que esse dom cessasse imediatamente.
Atos 2:17-18Citação de Joel 2, onde Deus promete derramar Seu Espírito “sobre toda carne”, com sinais proféticos e sonhos, nos últimos dias, sem indicação de que esses eventos seriam temporários.
Atos 19:6Quando Paulo impôs as mãos sobre alguns discípulos, eles receberam o Espírito Santo e começaram a falar em línguas e a profetizar, mostrando que os dons espirituais estavam ativos além do Dia de Pentecostes.
Marcos 16:17-18Jesus prometeu que sinais seguiriam aqueles que crerem, incluindo a cura de enfermos e o falar em novas línguas, sem limitação de tempo.
Efésios 4:11-13Paulo descreve que Cristo deu à Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres “até que todos cheguemos à unidade da fé”, indicando que esses dons seriam necessários até a consumação da Igreja.
Romanos 12:6-8Descreve uma variedade de dons espirituais, como profecia, ministério e ensino, enfatizando que eles são dados segundo a graça de Deus e para o bem da comunidade, sem indicar que esses dons cessariam.
Atos 2:38-39Pedro afirma que o dom do Espírito Santo é “para vós, vossos filhos e todos os que estão longe”, sugerindo que os dons espirituais são para todas as gerações futuras de crentes.
1 Tessalonicenses 5:19-20Paulo adverte a igreja a “não apagar o Espírito” e a “não desprezar as profecias”, sugerindo que os dons proféticos deveriam ser encorajados, não evitados.
Hebreus 2:3-4Deus testemunhou a salvação “com sinais, prodígios e vários milagres, e dons do Espírito Santo”, o que para os continuístas indica que esses dons eram um testemunho contínuo, não limitado aos primeiros dias da Igreja.
Atos 10:44-46O Espírito Santo desceu sobre os gentios na casa de Cornélio, e eles falaram em línguas, mostrando que os dons do Espírito não estavam limitados aos judeus ou aos apóstolos.
Atos 8:14-17Após receberem o Espírito Santo, os samaritanos também experimentaram manifestações espirituais, mostrando que os dons não estavam limitados ao Dia de Pentecostes ou ao círculo apostólico.
Gálatas 3:5Paulo pergunta aos gálatas se Deus lhes concede o Espírito e faz milagres entre eles pela lei ou pela fé, implicando que os milagres e dons espirituais ainda estavam presentes nas igrejas gentias.
1 Coríntios 1:7Paulo diz aos coríntios que eles “não carecem de nenhum dom” enquanto aguardam a volta de Cristo, sugerindo que os dons espirituais permanecerão até o retorno de Jesus.
João 14:12Jesus promete que aqueles que creem nEle fariam “obras ainda maiores”, o que os continuístas entendem como um sinal de que os dons e milagres continuariam através dos crentes após a ascensão de Cristo.
Tiago 5:14-15Tiago ensina que os presbíteros devem orar pelos enfermos e ungi-los com óleo, e que a “oração da fé salvará o doente”, sugerindo que os dons de cura ainda estavam ativos na igreja.
Atos 14:3Deus confirmou a palavra de Paulo e Barnabé com sinais e maravilhas, mostrando que os milagres eram uma maneira contínua de Deus testemunhar a verdade do evangelho.
Atos 5:12-16Muitos sinais e maravilhas eram feitos pelos apóstolos e pelos discípulos, sugerindo que essas manifestações eram parte regular da vida da Igreja primitiva.
Atos 6:8Estêvão, cheio de graça e poder, fazia “grandes maravilhas e sinais” entre o povo, mostrando que até aqueles que não eram apóstolos manifestavam dons extraordinários.
Atos 4:29-30A igreja primitiva orou para que Deus continuasse a realizar curas, sinais e prodígios, sugerindo que os crentes esperavam que essas manifestações espirituais continuassem após o Pentecostes.
Atos 11:27-28Profetas como Ágabo previram eventos futuros (como uma fome), mostrando que o dom de profecia continuava ativo após a ascensão de Cristo e além do círculo apostólico.
Atos 21:9-11As filhas de Filipe eram profetisas e Ágabo, o profeta, advertiu Paulo sobre sua prisão, mostrando a presença do dom de profecia em igrejas gentias fora do círculo dos apóstolos.
1 Timóteo 4:14Paulo lembra Timóteo a não negligenciar o dom que recebeu por profecia e imposição de mãos dos presbíteros, mostrando que os dons espirituais ainda estavam sendo transmitidos e utilizados.
2 Timóteo 1:6Paulo exorta Timóteo a “reavivar o dom de Deus” que estava nele pela imposição de mãos, sugerindo que os dons espirituais eram ativos e deveriam ser cultivados.
1 Pedro 4:10-11Pedro encoraja os crentes a usar seus dons espirituais para servir uns aos outros, sem sugerir que esses dons cessariam em algum momento, mas que eram uma parte vital da vida cristã.
Mateus 10:7-8Jesus manda os discípulos curarem os enfermos, ressuscitarem os mortos, purificarem os leprosos e expulsarem demônios, e os continuístas interpretam que esses mandamentos não foram temporários, mas aplicáveis a todos os crentes.
Apocalipse 11:3-6As duas testemunhas realizarão grandes sinais e prodígios nos últimos dias, mostrando que os dons espirituais não cessaram, mas continuarão até a consumação dos tempos.

Explicação Geral

Os continuístas argumentam que não há uma clara indicação no Novo Testamento de que os dons espirituais cessariam com a morte dos apóstolos ou a conclusão do cânon bíblico. Em vez disso, muitas passagens sugerem que os dons são uma parte contínua da vida cristã até o retorno de Cristo. Essas passagens descrevem o Espírito Santo operando através de dons e sinais em diferentes momentos da história da Igreja, abrangendo tanto judeus quanto gentios, líderes e leigos, mostrando uma continuidade na atuação do Espírito Santo ao longo das eras.

Razões que apontam para a eternidade e não para a primeira vinda de Cristo:

  1. Paulo escrevendo após a ressurreição de Cristo:
    • Paulo estava escrevendo depois da primeira vinda, morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Se ele estivesse se referindo à primeira vinda de Cristo como o evento que traria a revelação completa, não faria sentido ele dizer “agora vemos em parte” e “então veremos face a face”, indicando algo futuro. Para ele, algo mais grandioso e completo ainda estava por vir, ou seja, o encontro final com Deus na eternidade.
  2. Conhecimento parcial vs. conhecimento pleno:
    • Paulo fala sobre o contraste entre o conhecimento limitado que temos agora e o conhecimento pleno que teremos “então”. Esse “então” só pode ser totalmente realizado na presença direta de Deus, o que acontecerá na eternidade.
    • Na eternidade, conforme vemos em passagens como Apocalipse 21:3-4, estaremos face a face com Deus, e toda limitação de entendimento será removida.
  3. Face a face implica em uma presença gloriosa de Deus:
    • A expressão “face a face” é usada em toda a Escritura para descrever um encontro direto e profundo com Deus (por exemplo, Moisés em Êxodo 33:11). Mesmo que tenhamos Jesus revelado a nós, não vemos Deus literalmente “face a face” nesta vida terrena. Isso só acontecerá na plenitude da vida eterna.
  4. O futuro do conhecimento pleno:
    • Paulo continua no versículo, dizendo: “Agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido”. Esse tipo de conhecimento completo só será possível quando estivermos diante de Deus no estado glorificado, onde teremos a perfeita compreensão de Seus mistérios e de Sua glória. Isso claramente aponta para a eternidade, não para algo que já tenha ocorrido ou que se restringe ao cânon bíblico.

Conclusão

Paulo, ao dizer “agora vemos em parte”, estava se referindo à nossa condição atual, mesmo após a primeira vinda de Cristo e com o testemunho das Escrituras. Mas o “então veremos face a face” está ligado ao nosso futuro encontro com Deus na eternidade. Isso não se refere à conclusão do cânon bíblico, como argumentam os cessacionistas, mas sim à gloriosa revelação final que teremos na Nova Jerusalém, na presença direta de Deus.

“Face a Face” não é o cânon, mas a Eternidade

Dons são para toda a era da igreja

O Espírito Santo continua operando na igreja

Os dons confirmam a pregação do Evangelho

O Espírito Santo distribui os dons conforme Sua vontade

Nenhuma evidência explícita de cessação nos textos bíblicos

“Face a Face” não é o cânon, mas a Eternidade

  • A passagem em 1 Coríntios 13:8-12 é central na argumentação cessacionista. Nela, Paulo afirma que profecias e línguas cessarão “quando vier o que é perfeito” e “então veremos face a face”. Os cessacionistas afirmam que o “perfeito” é o fechamento do cânon bíblico (com a conclusão do Novo Testamento), e por isso os dons cessaram.
  • Refutação: 1 Coríntios 13:12 fala de um tempo em que veremos “face a face” e conheceremos “como também somos conhecidos”. Isso não se refere à conclusão do cânon, mas claramente à eternidade, quando estaremos na presença de Deus. Paulo aponta para o fim dos tempos, não para um ponto no passado. Após o fechamento do cânon, ainda não vemos “face a face” com Deus, e o conhecimento pleno só ocorrerá na vida eterna (ver também 1 João 3:2 e Apocalipse 22:4).

Dons são para toda a era da igreja

  • 1 Coríntios 1:7: Paulo escreve à igreja em Corinto dizendo que eles não ficariam “atrás em nenhum dom” enquanto aguardam “a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo”. Aqui, Paulo parece afirmar que os dons espirituais permanecerão na igreja até o retorno de Cristo, e não apenas até a morte dos apóstolos ou o fechamento do cânon bíblico.
  • Refutação cessacionista: A Bíblia não oferece um tempo claro em que os dons cessariam antes do retorno de Cristo. Pelo contrário, esse versículo sugere que os dons são um recurso dado à igreja enquanto esperamos a segunda vinda.

O Espírito Santo continua operando na igreja

  • Atos 2:17-18: Pedro cita o profeta Joel no Pentecostes, dizendo que nos “últimos dias” Deus derramaria Seu Espírito sobre toda a carne, e haveria sonhos, visões e profecias. A expressão “últimos dias” se refere à era da igreja, desde o Pentecostes até o retorno de Cristo.
  • Refutação: Se os “últimos dias” começaram no Pentecostes e incluem a manifestação de dons espirituais, não há nada nas Escrituras que indique que essa promessa expirou. Pelo contrário, o derramamento do Espírito continua até o fim da era.

Os dons confirmam a pregação do Evangelho

  • Marcos 16:17-18: Jesus diz que “estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes…”. Esses sinais são apresentados como algo que acompanhará todos os crentes e não apenas os apóstolos.
  • Hebreus 2:3-4 também fala que Deus testificou com sinais e maravilhas e “dons do Espírito Santo”, sugerindo que essas manifestações sobrenaturais continuam a confirmar o testemunho do Evangelho.
  • Refutação cessacionista: Se os sinais deveriam acompanhar os crentes e confirmar o Evangelho, não há uma delimitação clara de que esses dons cessariam após uma geração. O testemunho do Evangelho ainda está sendo pregado em todo o mundo, e os dons continuam sendo uma ferramenta poderosa para isso.

O Espírito Santo distribui os dons conforme Sua vontade

  • 1 Coríntios 12:7-11 descreve o Espírito Santo distribuindo os dons espirituais conforme Sua vontade. Não há uma restrição de tempo nesses versículos, o que sugere que o Espírito Santo continua a distribuir dons até hoje.
  • Refutação cessacionista: Se o Espírito Santo age soberanamente, não há base bíblica para afirmar que Ele teria cessado de distribuir esses dons após a conclusão do cânon ou morte dos apóstolos.

Nenhuma evidência explícita de cessação nos textos bíblicos

  • Efésios 4:11-13 afirma que Cristo deu à igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres “para o aperfeiçoamento dos santos… até que todos cheguemos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de Deus”. A igreja ainda não atingiu essa unidade plena, sugerindo que esses dons continuam em operação.
  • Refutação: Se os dons são dados “até que” a igreja atinja a maturidade completa, e esse estado ainda não foi alcançado, os dons espirituais continuam sendo válidos para hoje.

Conclusão

A doutrina cessacionista não se sustenta biblicamente quando consideramos o contexto das passagens sobre dons espirituais. As Escrituras indicam que os dons do Espírito Santo foram dados à igreja para toda a era da igreja, até a volta de Cristo. A alegação de que os dons cessaram com o fechamento do cânon não encontra base sólida no texto bíblico. Continuístas, baseados em textos como Atos 2, 1 Coríntios 12-14, Efésios 4 e outros, argumentam que os dons espirituais são uma parte vital da vida cristã até hoje.

Minimizar ou rejeitar a obra contínua do Espírito, sem discernir corretamente, pode ser uma atitude perigosa e deve ser abordada com oração e humildade.

A Teologia Reformada não acredita em dons milagrosos, como cura, línguas e profecia.

Contudo, há exceções dentro da tradição reformada. Alguns reformados, como certos grupos neocalvinistas, são continuístas, crendo que o Espírito Santo ainda concede dons milagrosos, incluindo o dom de cura, nos dias de hoje. Eles acreditam que Deus, soberanamente, ainda usa esses dons para abençoar a igreja e confirmar a Sua Palavra.

O Que Esperar em Uma Igreja Reformada Cessacionista:

  1. Resistência a Dons Milagrosos: Se a igreja seguir estritamente o cessacionismo, pode haver uma discordância sobre a validade dos dons de línguas e cura. Alguns podem questionar a autenticidade dessas manifestações e argumentar que elas não fazem parte da vida cristã hoje.
  2. Ênfase na Palavra: As igrejas reformadas tendem a enfatizar a suficiência das Escrituras e a pregação expositiva. A maior preocupação deles é com o ensino fiel da Bíblia, e não com as manifestações sobrenaturais.
  3. Ambiente Teologicamente Conservador: Pessoas que praticam os dons espirituais podem ser encorajadas a focar mais no estudo das Escrituras e menos em experiências carismáticas. Em alguns casos, pode haver diálogos para alinhar práticas espirituais com a teologia da igreja.

A visão cessacionista pode, sim, levar algumas pessoas a se sentirem reprimidas ou até confusas em relação aos seus dons espirituais, especialmente quando elas experimentam algo que acreditam ser uma manifestação do Espírito, como falar em línguas, ter o dom de cura ou de profecia, mas estão inseridas em um contexto que rejeita essas manifestações. Isso pode gerar angústia e até medo de expressar o que sentem ser uma chamada ou um dom de Deus.

Ao negar alguns dons espirituais específicos, alguns cessacionistas podem estar privando a igreja de viver em plenitude a obra do Espírito Santo. O querer e o operar vem de Deus não do homem. Quem somos nós para decidir qual dom vale e qual não vale. A Bíblia nos ensina que o corpo de Cristo tem muitos membros, cada um com suas funções e dons, e que “o Espírito é quem distribui a cada um como quer” (1 Coríntios 12:11). Se algum membro do corpo de Cristo é “decepado” ou deixado de lado, o corpo não pode funcionar adequadamente.

Por outro lado, igrejas que abraçam a doutrina continuísta incentivam as pessoas a usar seus dons espirituais, sempre com discernimento e de acordo com as Escrituras, para edificação da igreja e para testemunhar o poder de Deus. O Espírito Santo distribui esses dons de forma variada, e eles são uma ferramenta poderosa para a missão da igreja e o crescimento dos crentes.

Suprimir os dons pode, de fato, levar a uma vida espiritual mais limitada, onde os cristãos não vivem plenamente o que Deus preparou para eles. Nesse sentido, o incentivo bíblico é sempre buscar os dons com humildade e discernimento, como Paulo instrui: “Procurai, com zelo, os melhores dons” (1 Coríntios 12:31), e a viver em liberdade na presença de Deus, sem medo de expressar o que Ele está fazendo em nós.

No fim, a doutrina que aceita e incentiva o uso dos dons espirituais reconhece a totalidade do trabalho do Espírito Santo no corpo de Cristo e dá espaço para que cada membro funcione de maneira completa e saudável.

Confusão e a dúvida não são características de Deus. A Bíblia nos ensina que Deus é um Deus de ordem, e não de confusão (1 Coríntios 14:33). Essa verdade é especialmente relevante quando se trata de dons espirituais, como o dom de profecia.

Paulo, em suas cartas, nos exorta a buscar com zelo os dons espirituais. Em 1 Coríntios 14:1, ele diz: “Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profecia.” Essa ênfase na busca e no zelo pelos dons mostra que Paulo queria que os crentes reconhecessem a importância e a relevância desses dons na vida da igreja.

O dom de profecia, em particular, é descrito como um presente que edifica, exorta e consola os membros da igreja (1 Coríntios 14:3). Portanto, é natural que os crentes busquem esse dom, pois ele serve para fortalecer a fé e promover a edificação espiritual.

A Busca dos Dons Espirituais

  1. Busca Ativa: Paulo não apenas sugere, mas exorta os crentes a buscar ativamente os dons espirituais. Isso implica um desejo genuíno de ser usado por Deus para o bem da igreja e para a glorificação do Seu nome.
  2. Ordem e Discernimento: Enquanto se busca esses dons, é vital que haja ordem e discernimento na sua operação. Em 1 Coríntios 14, Paulo fornece orientações sobre como os dons devem ser utilizados em um contexto congregacional, para que todos sejam edificados.
  3. Não à Confusão: A operação dos dons deve promover unidade e clareza na igreja. Se a prática de um dom, como o de profecia, causar confusão, é essencial que haja discernimento e, se necessário, ajustes para que a edificação e a paz prevaleçam.
  4. Evidência da Presença de Deus: O uso dos dons espirituais, incluindo a profecia, é uma maneira de evidenciar a presença e o poder de Deus em meio ao Seu povo. Eles devem levar os crentes a uma experiência mais profunda e íntima com o Senhor.

Conclusão

Portanto, buscar os dons espirituais, e especificamente o dom de profecia, é uma prática encorajada nas Escrituras. Isso deve ser feito com zelo e na expectativa de que Deus use cada crente para a edificação do corpo de Cristo. A ênfase de Paulo em buscar e praticar os dons de forma ordenada é um chamado a todos nós para não deixarmos de lado o que Deus nos oferece, mas para nos abrirmos à Sua obra poderosa em nossas vidas e na vida da igreja.

A doutrina cessacionista, que afirma que os dons do Espírito Santo, como o de profecia, cessaram após a era apostólica, parece contradizer a exortação de Paulo em suas cartas, especialmente em relação ao dom de profecia.

A Exortação de Paulo e o Dom de Profecia

  1. 1 Coríntios 14:1-3:
    • Versículo 1: “Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profecia.”Versículo 2: “Porque o que fala em língua não fala aos homens, senão a Deus; pois ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.”Versículo 3: “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.”
    Aqui, Paulo não só incentiva a busca pelo dom de profecia, mas também destaca sua importância para a edificação da igreja. Se os dons cessaram, essa exortação perde sua relevância e aplicabilidade.
  2. 1 Tessalonicenses 5:20-21:
    • “Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o que é bom.”
    Essa passagem reforça a ideia de que a profecia deve ser valorizada e testada. Se a profecia fosse uma prática que havia cessado, não haveria necessidade de Paulo advertir os crentes a não desprezarem as profecias.

A Contradição da Doutrina Cessacionista

  • Implicações da Cessação: A doutrina cessacionista, ao afirmar que os dons, como o de profecia, não estão mais em operação, entra em conflito com a clara instrução de Paulo para que os crentes busquem e pratiquem esses dons. A ênfase na busca ativa e na valorização do dom de profecia sugere que a obra do Espírito Santo continua e que Ele ainda se manifesta de várias maneiras na vida da igreja.
  • Papel do Espírito Santo: Os cessacionistas muitas vezes afirmam que, com o fechamento do cânon das Escrituras, a necessidade dos dons carismáticos cessou. No entanto, essa visão pode desconsiderar a contínua obra do Espírito Santo na vida dos crentes e na igreja. Paulo não se limitou a instruções para a época, mas suas orientações têm relevância para todos os tempos, já que o Espírito Santo é atemporal e contínuo.

Conclusão

A exortação de Paulo em relação aos dons espirituais, especialmente ao dom de profecia, contraria a ideia de que esses dons cessaram. Em vez disso, ele nos encoraja a buscá-los e usá-los para a edificação do corpo de Cristo. A continuidade desses dons é um testemunho da vitalidade da obra do Espírito Santo na igreja, permitindo que os crentes experimentem e compartilhem a graça e a verdade de Deus em suas vidas.

O dom de profecia é um dos dons espirituais mais importantes mencionados na Bíblia, sendo destacado especialmente nas cartas de Paulo. Ele não deve ser confundido com adivinhação ou predições do futuro, como é muitas vezes mal interpretado. O dom de profecia tem um papel vital na edificação da igreja, na exortação e no consolo dos crentes. Vamos fazer uma análise completa sobre o que é esse dom, seu propósito, como é manifestado e o que as Escrituras ensinam sobre ele.

Definição de Profecia

O termo “profecia” vem do grego prophēteia, que significa “falar antes” ou “falar por outra pessoa”. No contexto bíblico, o profeta é aquele que fala em nome de Deus, comunicando uma mensagem diretamente do Senhor. Não se trata apenas de prever eventos futuros, mas de proclamar a verdade de Deus para a edificação espiritual do Seu povo.

O Propósito do Dom de Profecia

A Bíblia indica que a profecia tem três propósitos principais:

  1. Edificação: O dom de profecia tem o objetivo de construir a fé da igreja, trazendo clareza e encorajamento para que os crentes sigam firmes em seu relacionamento com Deus.
    • 1 Coríntios 14:3: “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.”
  2. Exortação: A profecia também tem o papel de advertir os crentes contra erros ou caminhos que desagradam a Deus. Ela chama à obediência e ao arrependimento, incentivando a igreja a viver de acordo com os preceitos divinos.
  3. Consolação: O dom de profecia pode trazer consolo aos corações aflitos, encorajando e confortando aqueles que estão passando por dificuldades ou momentos de dúvida.

Esses três elementos demonstram que a profecia não se trata apenas de eventos futuros, mas de uma palavra viva e presente de Deus para a Sua igreja, aplicável a qualquer situação, conforme a necessidade.

A Exortação de Paulo para Buscar o Dom de Profecia

No Novo Testamento, Paulo destaca a importância de buscar os dons espirituais, especialmente o dom de profecia:

  • 1 Coríntios 14:1: “Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profecia.”

Paulo incentiva os crentes a buscar o dom de profecia porque, entre todos os dons, esse é o que mais edifica a comunidade de fé. Enquanto outros dons, como o de línguas, podem beneficiar a pessoa individualmente, o dom de profecia é direcionado ao corpo de Cristo como um todo.

O Dom de Profecia e as Escrituras

Uma parte essencial de entender o dom de profecia é reconhecê-lo dentro do contexto das Escrituras. A Bíblia é a revelação completa e suficiente de Deus para a humanidade. No entanto, isso não significa que Deus parou de falar com Seu povo de maneira pessoal e direta por meio de profecias.

  • 2 Pedro 1:21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”

Isso demonstra que o dom de profecia é resultado da obra direta do Espírito Santo. A Escritura nos alerta para não desprezarmos as profecias, mas testá-las e garantir que estejam de acordo com a Palavra de Deus:

  • 1 Tessalonicenses 5:20-21: “Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem.”

Aqui, Paulo adverte que a profecia deve ser avaliada e testada conforme as Escrituras, mas jamais ignorada ou desprezada, pois ela é uma maneira pela qual Deus se comunica diretamente com Seu povo.

A Profecia no Antigo e Novo Testamento

  • Antigo Testamento: No Antigo Testamento, os profetas eram porta-vozes de Deus que chamavam o povo ao arrependimento, proclamavam a justiça de Deus e, muitas vezes, anunciavam eventos futuros relacionados ao julgamento ou à redenção (exemplo: Isaías, Jeremias, Ezequiel).
  • Novo Testamento: No Novo Testamento, o dom de profecia assume um papel central na igreja primitiva. O apóstolo Paulo frequentemente menciona o dom de profecia como uma ferramenta essencial para a edificação da igreja (ex: Ágabo em Atos 11:27-28 e 21:10-11). Ele também ensina que esse dom é concedido a todos os crentes de acordo com a vontade soberana de Deus (1 Coríntios 12:10-11).

O Teste da Verdadeira Profecia

A Bíblia estabelece critérios para discernir se uma profecia é de Deus ou não:

  1. Está em harmonia com a Palavra de Deus: A verdadeira profecia nunca contradiz a Bíblia. Qualquer profecia que vá contra os ensinamentos das Escrituras deve ser rejeitada.
    • Deuteronômio 13:1-3: “Se surgir no meio de ti profeta ou sonhador, e te der um sinal ou prodígio, e se cumprir o tal sinal ou prodígio de que te falou, dizendo: ‘Vamos após outros deuses’, não ouvirás as palavras desse profeta.”
  2. Testemunho interno do Espírito: O Espírito Santo dá discernimento aos crentes para saber se uma palavra profética é verdadeira. Isso requer um relacionamento íntimo com Deus e sensibilidade (santidade) à voz do Espírito.
  3. O fruto da profecia: Uma verdadeira profecia produz frutos espirituais, trazendo edificação, arrependimento, ou consolação, conforme necessário.

O Dom de Profecia Continua Hoje?

Há uma grande divisão teológica entre cessacionistas e continuistas:

  • Cessacionistas acreditam que o dom de profecia e outros dons milagrosos (como curas e línguas) cessaram após a era dos apóstolos e o fechamento do cânon bíblico.
  • Continuistas, por outro lado, acreditam que o Espírito Santo continua a distribuir esses dons à igreja hoje, como Ele fez na igreja primitiva.

A Bíblia, como visto em 1 Coríntios 13:8-12, sugere que os dons espirituais, incluindo a profecia, só cessarão quando a “perfeição” vier — o que muitos entendem como a segunda vinda de Cristo e o estado eterno de glória. Até lá, o dom de profecia continua sendo uma ferramenta vital para a edificação da igreja.

Conclusão

O dom de profecia é um dos dons espirituais mais importantes e edificantes que Deus dá à Sua igreja. Sua função principal é comunicar a vontade de Deus para a edificação, exortação e consolação dos crentes. Embora exista debate teológico sobre a continuidade desse dom, as Escrituras exortam os crentes a buscá-lo com zelo, testando sempre se a profecia está de acordo com a Palavra de Deus. O dom de profecia é um presente poderoso e relevante, e sua prática, quando genuína, pode trazer grande bênção à vida da igreja.

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